Sem brilho, Grêmio empata sem gols com o Coritiba no Estádio Olímpico

Um dia antes do domingo que definirá o presidente gremista para os próximos dois anos, o Grêmio tentou, insistiu, mas não teve forças para superar a retranca de um Coritiba bem postado e que tinha como proposta não perder. No máximo, empatar ou vencer em um contra-ataque. Ao fim, vaias de uma insatisfeita torcida no Estádio Olímpico.

O zero a zero, neste sábado, no Olímpico, mantém o Grêmio na terceira colocação do Campeonato Brasileiro, com 59 pontos. No próximo sábado, às 18h30min, o time de Vanderlei Luxemburgo vai até Salvador encarar o Bahia.

Primeiro tempo
O jogo começou como os quase 25 mil gremistas que foram ao Olímpico queriam e tal qual qualquer torcedor local gostaria: com o time da casa em cima, pressionando e buscando o gol. Mas o fato de empurrar o Coritiba para o campo de defesa e conseguir cinco escanteios, antes dos 10 minutos, não foi suficiente para o Grêmio abrir o placar.

Faltou precisão e capricho nas conclusões. As boas tabelas, principalmente pela direita, com Kleber, Zé Roberto e Pará, mais a velocidade de Leandro, eram brecadas pela defesa paranaense na hora da definição. Numa delas, aos cinco minutos, Leandro demorou para concluir. Ganhou escanteio. Em outra, aos 16, Kleber recebeu passe no lado esquerdo da grande área e cruzou rasteiro. Zé Roberto passou da bola e não conseguiu a conclusão.

Mais fraco tecnicamente, mas bem postado tática e defensivamente, o Coritiba se segurou como pôde. Tanto que chegou ao ataque pela primeira vez com certa consistência apenas aos 17 minutos. Com um passe errado, a bola sobrou limpa para Marcelo Grohe.

Uma das duas melhores chances gremistas na etapa inicial ocorreram aos 26 e aos 40 minutos. Na primeira, Zé Roberto arrancou pelo meio, passou por dois marcadores e arriscou o chute, colocado, no ângulo de Vanderlei, que apenas observou a bola passar raspando o poste direito. Para fora. Na segunda, Leandro entrou livre na área, cara a cara com o goleiro adversário, que defendeu. Zé Roberto pegou o rebote e chutou forte. Também para fora. Escanteio.

Ao fim do primeiro tempo, o meia de 38 anos foi direto no recado ao time. Ele lamentou que a bola chutada por ele, de fora da área, não entrou, e disse que seria preciso ficar atento ao contra-ataque do Coritiba.

— Pena que aquela bola não entrou. Mas temos que ficar atentos ao contra-ataque deles e também fazer um gol — declarou Zé Roberto.

Segundo tempo

O segundo tempo começou com uma falta para o Grêmio na intermediária. Aos 35 segundos, Elano levantou para a área, mas o árbitro marcou falta de ataque de Kleber. Um minuto depois, em um contra-ataque, foi a vez do Coritiba assustar. E bastante. Vinícius recebeu dentro da área, lado esquerdo, e bateu forte, cruzado. A bola passou muito perto do poste esquerdo de Marcelo Grohe.

Mas, basicamente, a etapa complementar teve tônica semelhante ao primeiro tempo, com a diferença que o Coritiba subiu com mais frequência ao ataque. Tentando tocar a bola, o time paranaense tabelava no meio e mantinha a posse até a entrada da área do Grêmio. Dali em diante, o bloqueio de Werley e Gilberto Silva não abria espaços.

Do outro lado, o paredão do Coritiba continuava impecável. Por isso, Luxemburgo se viu obrigado a mudar. Mas os ingressos de Tony (no lugar de Julio Cesar), Bertoglio (por Fernando) e André Lima (por Leandro) pouco alteraram o panorama da partida. Insistente, o Grêmio chegava por meio de poucos chutes — de Elano, principalmente — de média e longa distância. Sem sucesso.

A melhor chance do jogo foi da equipe visitante. Em falha de Tony, que, no peito, dominou errado na entrada da área, Vinícius entrou livre pela esquerda e chutou forte, em cima. Grohe, na defesa da noite, espalmou para escanteio.

As duas grandes oportunidades gremistas ocorreram aos 34 e aos 37. Na pressão, o cruzamento da direita foi espalmado por Vanderlei. A sobra ficou com Pará, que chutou forte. Desviada, a bola saiu em escanteio. Depois, da direita, Tony cruzou e André Lima, sozinho, cabeceou para baixo. A bola quicou na pequena área e saiu por sobre o gol.

Elano ainda arriscaria um chute de fora da área aos 44 minutos. Não deu resultado. A retranca do Coritiba — que ainda perderia boa chance com Marcel, de cabeça, aos 47 — funcionou contra um Grêmio que pressionou, tentou, mas pecou nas finalizações e na força para chegar com mais consistência tanto dentro quanto fora da área paranaense.


FICHA TÉCNICA

BRASILEIRÃO — 32ª RODADA — 20/10/2012

GRÊMIO - 0Marcelo Grohe, Pará, Werley, Gilberto Silva, Julio Cesar (Tony, 21'/2ºT); Fernando (Bertoglio, 20'/2ºT), Marco Antonio, Elano, Zé Roberto; Leandro (André Lima, 26'/2ºT) e Kleber. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

CORITIBA - 0Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Claro, Cleiton (Chico, 7'/2ºT) e Dênis; Willian, Gil, Vinícius (Júnior Urso, 30'/2ºT) e Everton Ribeiro; Rafinha (Roberto, 38'/2ºT) e Marcel. Técnico: Marquinhos Santos.

Gols: - 

Cartões amarelos: Zé Roberto (Grêmio); Vinícius, Willian, Dênis (Coritiba)

Cartões vermelhoes: - 

Arbitragem: Paulo Henrique Godoy Bezerra (SC), auxiliado por Emerson Augusto Carvalho (FIFA/SP) e Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ).

Local: Estádio Olímpico

Público: 20.676 pagantes (total de 24.377)

Renda: R$ 511.306,50

Fonte: Zero Hora