domingo, 12 de agosto de 2012

Rússia vira, impede o tri e a dobradinha do Brasil em Londres


Murilo - Rússia x Brasil - Vôlei masculino (Foto: Cléber Mendes)
O vôlei tinha tudo para ser verde e amarelo nos Jogos Olímpicos de Londres. Depois das mulheres do Brasil, que conquistaram o bicampeonato no sábado, ao vencerem os Estados Unidos, neste domingo os homens brasileiros desperdiçaram a oportunidade de subirem no ponto mais alto do pódio. Pela primeira vez, uma equipe masculina tinha chegado na final por três ocasiões seguidas. Mas a Seleção Brasileira perdeu para a Rússia, de virada, por 3 sets a 2, parciais de 19-25, 20-25, 29-27, 25-22 e 15-9 e não conquistou o tricampeonato, após a prata em Pequim-2008.
O ouro tinha vindo para o peito dos brasileiros em Barcelona-1992 e Atenas-2004. Com a derrota, o Brasil também não conseguiu igualar o feito da extinta União Soviética que, na Cidade do México-1968 e Moscou-1980, levou o ouro com os homens e com as mulheres. O Brasil ainda se tornou a primeira equipe a sofrer uma virada na final olímpica depois de estar vencendo por 2 sets a 0.
A derrota neste domingo marca o fim de uma geração que conquistou todos os títulos possíveis desde 2001, quando começou a chamada era Bernardinho. Com destaque para os três Mundiais (2002, 2006 e 2010), oito Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010), destronando a Itália, e duas Copas do Mundo (2003 e 2007). Além, é claro, do ouro em Atenas.
Giba, Serginho, Dante, Rodrigão e Ricardinho estavam em Atenas. O primeiro já avisou que Londres marca sua despedida da Seleção. O mesmo deve acontecer com Rodrigão e Ricardinho, que voltou a ser convocado após anos de ausência. Serginho ainda não decidiu seu futuro. O único que deve continuar é Dante.
O JOGO
Brasil e Rússia chegaram à decisão com a mesma campanha, seis vitórias e uma derrota. No caso dos russos, o revés foi justamente para os brasileiros, por 3 sets a 0. Neste domingo, os brasileiros começaram bem, aproveitando os contra-ataques. Do outro lado, a Rússia cometia muito erros. Depois de fazer 3 a 0, a Seleção abriu 5 a 1. Os russos ensaiaram uma reação, mas desperdiçavam muitos ataques. Os brasileiros aproveitaram e aumentaram a vantagem para 11 a 6.
Com o levantador Bruninho distribuindo bem o jogo, com boa velocidade, o Brasil atacava com extrema eficiência. Aliado a esse bom fundamento, os brasileiros defendiam quase todos os ataques russos e ainda usavam o bloqueio para amortecer as fortes pancadas dos gigantes russos. Com isso, fecharam a parcial em 25 a 19.
O segundo set começou equilibrado, com a Rússia saindo na frente, mas foi aí que apareceu outro bom fundamento brasileiro: o saque. Com ace de Dante, e dificultando a recepção dos russos, o Brasil tomou a dianteira ao virar para 8 a 4. Substituto do lesionado oposto Leandro Vissotto, o jovem Wallace fazia uma boa partida, tanto no ataque quanto no saque.
Preocupado, o técnico russo Vladimir Alekno realizava diversas alterações na sua equipe a fim de tentar mudar o rumo da partida. Em vão. Inspirado, Dante se agigantou no segundo set, com saques importantes e bons ataques. Do lado da Rússia, o oposto Maxim Mikhaylov estava longe das suas melhores atuações.
O Brasil administrava uma vantagem de quatro pontos, mas acabou permitindo uma reação russa ao desperdiçar ataques: 16 a 15. A Seleção, no entanto, só deixou que os rivais encostassem no placar. Com dois bloqueios, um de Murilo e outro de Lucão, o Brasil abriu nova vantagem e, com uma atuação impecável fechou a segunda parcial em 25 a 20.
No terceiro set, o equilíbrio permaneceu e, pela primeira vez, os russos foram para o primeiro tempo técnico na frente: 8 a 7. Mas o Brasil soube manter a tranquilidade e fez 13 a 10, aproveitando os contra-ataques diante dos problemas na recepção do adversário. A Rússia, no entanto, não se entregava e empatou em 15 a 15. Novamente, com calma, e ace de Lucão, a Seleção fez 18 a 15.
Mas os russos não desistiam e empataram em 22 a 22. Após pedido de tempo do técnico Bernardinho, o Brasil ficou na frente, teve dois match points, porém acabou desperdiçando. A Rússia aproveitou e venceu a parcial por 29 a 27. Foi nesta parcial que uma substituição feita por Alekno começou a mudar o rumo do jogo: a entrada do central Muserskiy para jogar de oposto.
No quarto set, Giba veio para a partida no lugar de Dante, que acabou se lesionando. E o equilíbrio, que se transformou na tônica do jogo, continuou. Mas, com dois excelentes saques do central Sidão, o Brasil fez 6 a 4. Em seguida, em erros brasileiros, a Rússia virou para 7 a 6. Em erro de Wallace, os russos faem 12 a 10. Porém, a Seleção não se desesperou e empatou em 12 a 12. Mas a Rússia, com confiança no saque, abriu 16 a 12.
Após a Rússia abrir 18 a 13, Bernardinho sacou o experiente Giba, que não entrou bem no jogo, e colocou Thiago Alves. Em seguida, Ricardinho e Rodrião entraram pela primeira vez na partida. Mostrando a equipe vencedora que é, a Seleção buscou uma reação, mas foi tarde demais. Os russos fecharam em 25 a 22.
No tie break, Dante voltou para o sacrifício e a disputa seguiu completamente acirrada. A Rússia saiu na frente com 2 a 0, o Brasil reagiu, mas os russos fizeram 6 a 3. Ao contrário do início da partida, a Seleção parou de virar os contra-ataques, enquanto o adversário passou a defender muito bem os ataques brasileiros. No tempo técnico, o placar marcava 8 a 4 para a Rússia.

Com um jogo muito mais intenso, sem muitos erros e ótima atuação de Muserskiy, os russos abriram 10 a 5. Com tranquilidade, a Rússia foi levando o set decisivo ponto a ponto até garantir a conquista e impedir o tricampeonato brasileiro.
Fonte-Lancenet
Juliano.Gouveia

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