segunda-feira, 25 de junho de 2012

Botafogo e a Síndrome de Robin Hood


Passadas seis rodadas do Brasileirão e o Botafogo, antes conhecido como o time das viradas e o time dos 3 a 2, agora pode ser taxado de o Robin Hood do campeonato.

Robin Hood é um herói mítico inglês que roubava dos ricos para dar aos pobres, aos tempos do Rei Ricardo Coração de Leão.

Nosso herói alvinegro conseguiu levar os pontos do poderoso São Paulo na primeira rodada, em casa, de virada por 4 a 2 e já na semana seguinte perdia de forma inesperada para um fraco Cruzeiro, no Engenhão, depois de dominar as ações do jogo quase que por completo. O placar ficou em 3 a 2 a favor da Raposa e a torcida chiou! Depois dessa vitória, o time retrancado de Celso Roth se encheu de brios e engatou vitórias seguidas que o levou ao topo da tabela.

Na terceira rodada, fomos a Curitiba enfrentar o invicto e bom time do Coxa que não perdia em seus domínios havia dez meses. Partimos para o embate, desacreditados pela doída derrota e cheio de desfalques. Foi um jogo cheio de alternativas e o Botafogo, com personalidade, alcançou uma excelente vitória também de virada pelo placar de 3 a 2. A torcida se animou com a vitória e com a maneira com que o time se recuperou da bordoada anterior. O discurso era de que aquela derrota fora um acidente de percurso na trajetória para o topo da tabela.

Na semana seguinte veio o jogo contra o Náutico, nos Aflitos. A confiança era grande, mesmo sendo fora de casa, onde já havíamos mostrado força. Essa confiança foi abatida logo no início da partida com dois gols do adversário, pra delírio de sua entusiasmada torcida. Porém as coisas mudaram na volta dos vestiários e o que se configurava como uma derrota vergonhosa, em pouco tempo se transformava numa reação heroica.

Fizemos dois gols, o adversário perdeu um homem e, inexplicavelmente o time travou, deixando de perseguir a vitória. O castigo por essa falta de ambição veio em dose cavalar. Levamos um tiro fatal quando, infantilmente, Vitor Junior, deslocado inadvertidamente de sua posição, entregou a bola ao adversário que não perdoou. Gol do Náutico e a tão esperada virada a favor não se confirmou. De novo o placar foi 3 a 2 e dessa vez, contra. A torcida alvinegra de Recife e a que assistiu a tudo pela TV, de novo se decepcionou. A crise estava anunciada.

Chegávamos à quinta rodada e o balanço da campanha mostrava: duas vitórias, de virada e duas derrotas nas condições dramáticas descritas, uma delas em casa. Nenhum empate, como convém a um time nesse tipo de competição.

De novo, desfalcados e cabisbaixos, rumamos pros pampas pra enfrentar o poderoso Internacional em seu campo. Um Inter sempre candidato e revigorado pela volta dos jogadores que serviram à Seleção de Mano.

Jogamos uma excelente partida. Ganhamos dos Colorados com sobras em sua casa. Andrezinho marcou seu primeiro gol pelo Botafogo, diante de seu ex-time. Viramos a partida pra 2 a 1 depois de sairmos perdendo no intervalo. O feito foi muito festejado pela torcida e o resultado valeu a volta ao G-4.

A semana que antecedeu ao jogo contra a modesta Ponte Preta, foi tumultuada pelas notícias que pipocaram sobre a saída de jogadores importantes, por conta da proximidade da janela de transferência que está pra abrir. Ao mesmo tempo, El Loco, Herrera e Maicosuel se juntaram ao Elkeson na lista de transferíveis. O saldo de fim de semana dava conta de que o titular Herrera já acertara a transferência para um time dos Emirados Árabes. Maicosuel acertaria com a Udinese-IT, já na terça-feira e Elkeson aguardava a concretização de sondagens.

Depois de ser dispensado da viagem ao sul, El Loco disse em entrevista de lançamento de produtos de sua patrocinadora, que não se adaptava ao esquema de Oswaldo que exige um homem de mobilidade na frente, e anunciou sua intenção de sair já que não seria mais titular da equipe e precisava dessa condição para almejar uma convocação pra jogar a Copa no Brasil, pela Celeste.

Todo esse burburinho, na ideia dos torcedores, jamais seria motivo bastante para tirar uma vitória contada como certa sobre uma modesta Ponte Preta, no Engenhão e se firmar no G-4. Mas a tragédia se configurou ao levarmos o primeiro gol com extrema facilidade. Com toques rápidos e precisos o adversário não tive dificuldade para desenvolver sua estratégia diante de uma marcação afrouxada dos alvinegros. Fazer cera e atacar com objetividade nas muitas oportunidades proporcionadas pelo Botafogo deu certo. A quantidade de passes errados e saídas de bola equivocadas foram fatais para as pretensões do anfitrião.

Achamos um gol de empate, ainda no primeiro tempo, em cobrança de pênalti cometido sobre M. Azevedo e bem batido por Andrezinho. A esperança numa nova virada era clara. Mas pouco tempo depois de iniciado a etapa complementar, provamos do mesmo veneno já utilizado pela Macaca. Mesmo com domínio e maior posse de bola, levamos o gol da virada em novo contra ataque, dessa vez pela direita, e não conseguimos reagir diferentemente de outras ocasiões.

O time se perdeu em sua própria mediocridade e facilitou as coisas pra Ponte que nunca havia vencido uma partida no Rio, em tempo algum de seus cento e poucos anos de existência. E o Botafogo, pra variar, tinha que ser o primeiro a quebrar esse tabu.

Amargamos mais uma derrota diante da torcida de forma melancólica. Deu pena de ver El Loco em campo totalmente fora de contexto. O mesmo ocorreu com Maicosuel que errou tudo que tentou no tempo em que esteve em campo. Elkeson, geralmente voluntarioso, nada produziu. O Botafogo não chuta no gol. A única coisa que o goleiro Édson Bastos fez, foi cera.

De novo o Robin Hood do campeonato entrou em ação. Adeus G-4!

Felip@odf/BotafogoDePrimeira

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