Grupo Olímpico: Seleção Brasileira encarna espírito dos Jogos no dia a dia

A Seleção Brasileira não quer só competir, quer ganhar. Durante o período preparatório para o torneio, Neymar deixou isso explícito. Porém, o ideal pregado pelo fundador dos Jogos Olímpicos modernos, o Barão de Coubertin, de alguma forma parece ter se infiltrado nos meandros da equipe. Jogadores, em sua maioria jovens e badalados, aparentam ter deixado o ego de lado e encampado a ideia  de que a "força está no grupo".

- Pô, esse é um grupo que dá gosto de jogar. Todo mundo se ajuda. O fato de ser uma chance quase única de ganhar um ouro olímpico fortaleceu ainda mais isso - afirma o zagueiro e capitão Thiago Silva.

O lateral esquerdo Marcelo é um exemplo disso. Jogador brasileiro mais elogiado no torneio, tanto por companheiros como por adversários, citado por Mano como "um dos melhores laterais do mundo", tem sempre desviado o foco de perguntas sobre essa aclamação e adotado o discurso da primazia do conjunto.

Nas duas posições de briga mais intensa pela titularidade a retórica segue essa linha. Enquanto jornalistas estrangeiros que estão na cobertura da Seleção questionam a toda hora, indignados, como Pato pode ser reserva, o jogador do Milan dedica-se à beça nos treinos e nas entrevistas nem indiretas dá para o treinador, além de elogiar Damião.  Oscar, que tomou a camisa 10 de Ganso, vive atirando confetes no "rival" e recebe dele agrados a todo momento.

O santista, aliás, que chegou a correr risco de corte de lesão, sentiu na pele a "camaradagem" do time. No dia seguinte ao fato, vários jogadores conversaram com ele e foram dar o seu apoio psicológico.

O técnico Mano Menezes comanda essa conduta "olímpica" na prática. Apenas o zagueiro Bruno Uvini ainda não jogou um minuto sequer na competição. Na medida do possível, o treinador age para que o espírito de pertencimento prevaleça.

Nesta terça-feira, a Seleção decide uma vaga na final olímpica contra a Coreia do Sul, no estádio Old Trafford, em Manchester. A partida começa às 15h45 de Brasília (19h45 locais), e terá transmissão em tempo real pelo LANCENET!

Time fechado

Sem rixas
Nas brigas mais flagrantes por posição, como Leandro Damião x Pato e Ganso x Oscar, têm prevalecido sempre os afagos mútuos.

É comigo?
Jogador mais elogiado de maneira geral, Marcelo recusa-se a comentar isso e sempre fala em grupo.

Chance
Exceto pelo zazgueiro Bruno Uvini, Mano já colocou todos em campo.

Bate-bola

Mano Menezes
Técnico da Seleção Brasileira

A Seleção tem três gols por jogo, mas a defesa também tem sofrido muito. Como você analisa essa diferença entre os setores?
Penso na Seleção como um todo. Não é possível mais pensar numa equipe por setores para fazer análises separadas assim. Estou satisfeito com o rendimento da Seleção. Chegamos aqui porque temos um conjunto forte, utilizamos quase todos os jogadores e eles deram uma boa resposta.

Como está a cabeça do Neymar com a pressão pela medalha?
Neymar está bem e estará melhor ainda daqui dois dias.

A Coreia chega mais desgastada porque teve que disputar prorrogação e pênaltis. O Brasil leva vantagem por conta disso?
Fazer uma análise certamente vai nos levar a muita subjetividade. Você tem aspectos positivos e negativos de um jogo mais longo. Quando vence nas penalidades você fica muito forte. Já venci em circunstâncias assim. A Seleção também jogou uma partida desgastante. A partida esteve indefinida até quase o fim, tivemos que buscar o resultado por duas vezes. Você só vai mesmo ver isso no jogo.

Está feliz com a postura do Brasil até aqui?
Estamos nos comportando bem, com a responsabilidade de conseguir algo que o futebol brasileiro nunca conseguiu. Ddemos uma demonstração contra Honduras. 

Fonte-Lancenet

Juliano.Gouveia