quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Alvo de reverências, Juninho está a um gol de bater recorde pelo Vasco


Em qualquer posição, geração ou campeonato, Juninho insiste em reafirmar sua regularidade com a camisa do Vasco e empolga a cada dia com vitalidade e bom futebol de um iniciante. Aos 37 anos, o meia pode superar neste sábado, contra o Atlético-GO, no Serra Dourada, o recorde de gols em uma temporada pelo time carioca, que defendeu pela primeira vez em 1995. Mesmo atuando por vezes até recuado, pela direita, e faltando outros 11 jogos pela frente, o Reizinho já balançou a rede 13 vezes, como em 1996, ano em que atuou mais. Ou seja, em média, trata-se de seu momento com a veia de artilheiro mais aflorada em São Januário.
Os números têm explicação, a qual o camisa 8 faz questão de ressaltar: quando defendeu o Lyon, entre 2001 e 2009, atingiu a maturidade, evoluiu ainda mais na batida na bola, fonte de mais da metade de seus gols, e arriscou muito. Na França, foram 100, sendo 44 de falta. Pelo Vasco, são 77 no geral. Nesta temporada, o aproveitamento é de 0,30, tomando suas 43 aparições como base. A antiga marca apontava 57 partidas, concluindo apenas 0,23.
- Quando comecei minha carreira, nunca tive a intenção de ser artilheiro, mas com o passar do tempo percebi que precisava fazer algo mais. Por isso me aprimorei mais nas chegadas ao ataque, nos chutes e, em oito anos de França, fiz 100 gols. Fico feliz de poder repetir esta média por temporada, mesmo aos 37 anos. Como ainda faltam 11 rodadas para o fim do Brasileiro, espero estar bem em todos para ajudar o Vasco. Jogando sempre, a chance de fazer mais algum gol é maior - afirmou Juninho, com a receita para longevidade na ponta da língua.
Juninho pernambucano vasco ponte preta (Foto: Gustavo Magnusson / Agência Estado)
- Estou me sentindo em forma realmente, estou me cuidando e fico motivado por estar entre os melhores e a cada jogo que entro lembro um pouco disso. Voltei para jogar o meu melhor e não apenas para terminar meus dias como profissional. A história que fiz no Vasco me inspira. Só é uma pena termos ainda termos altos e baixos no Brasileiro - comentu o craque, na saída para o vestiário, após ser decisivo na vitória sobre o Figueirense, no último sábado.
Além de tudo, o camisa 8 funciona como um termômetro cruz-maltino na competição. Quando tem espaços e desempenha bem seu papel, é raro o clube deixar pontos pelo caminho. Recentemente, as atuações fora do Rio é que têm sido discretas, porém. E se refletem nos resultados do Vasco, que triunfou pela última vez há dois meses (cinco confrontos), em duelo com o Sport no qual Juninho abriu o marcador com um golaço de falta.
Quando comecei, nunca tive a intenção de ser artilheiro, mas com o passar do tempo percebi que precisava fazer algo mais. Por isso me aprimorei mais nas chegadas ao ataque, nos chutes e, em oito anos de França, fiz 100 gols."
Juninho
Assim como a maioria do elenco, o volante Nilton trata o companheiro como referência e revela que já pediu dicas de preparação. Mas não deixou de dar um pitaco na vida do Reizinho e sugeriu que ele escrevesse um livro sobre sua vivência de sucesso no futebol.
- Nem parece ter 37 anos do jeito que ele está correndo, voando em campo. É uma peça fundamental para nós, até mesmo na marcação. Ele dá muita opção, chama a responsabilidade. Isso motiva a todos os outros a tentarem ajudá-lo ao máximo. O Juninho é até fominha demais. Na idade dele, vou cuidar da minha família, não vou querer nem chegar perto do futebol (risos). Já falei que ele tem que lançar um livro pela carreira que fez. É um ídolo para mim e para todos pela forma invejável, como se porta e se cuida. Ele está em perfeitas condições e pode jogar até os 40, se quiser - aposta o camisa 19.
Com pensamentos e atitudes semelhantes, o goleiro Fernando Prass, aos 33, é outro que enalteceu a fase do meia nos últimos dias e espera que o exemplo seja cada vez mais copiado. Ele chegou a compará-lo a um carro antigo, mas muito bem cuidado.
Juninho e Carlos Alberto no treino do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco da Gama)
- Apesar de sermos de gerações diferente, já que ele é bem mais velho do que eu (risos), temos muita afinidade, bate muito com o que eu penso do futebol. É um cara interessado, profissional, me orgulho de estar ao lado dele. Nesse sistema de contagem do futebol, que é a idade, o caso do Juninho não faz diferença. É como um carro: é melhor ter um mais antigo que está em ótimo estado do que um novo todo arrebentado. O futebol exige que um atleta, não um jogador. Os exemplos bons e ruins estão aí. Os jovens precisam escolher qual seguir.
Em outras frentes, Juninho também comprova sua eficiência. Ele é o segundo artilheiro do Vasco na temporada, atrás apenas de Alecsandro, com 25 gols, e só perde em número de jogos no Brasileirão para Prass, Alecsandro e Nilton, com 22 participações. Com esse retrospecto, fica difícil acreditar que o Reizinho vá se aposentar no fim deste ano.
2012: 13 gols em 43 jogos
2011: 5 gols em 26 jogos
2001: 1 gol em 1 jogo (final da Copa João Havelange de 2000, realizada em janeiro)
2000: 12 gols em 65 jogos
1999: 12 gols em 57 jogos
1998: 6 gols em 48 jogos
1997: 8 gols em 51 jogos
1996: 13 gols em 57 jogos
1995: 3 gols em 28 jogos
Fonte:Globo Esporte

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