quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Fluminense completa 60 anos do título que vingou o Brasil

Especial Fluminense - 60 anos da Copa Rio (Foto: Reprodução)

O relógio marcava 34 minutos do segundo tempo naquele trágico 16 de julho de 1950. Gigghia avançou pela ponta direita e chutou no canto de Barbosa. O Uruguai calou mais de 200 mil expectadores no Maracanã e conquistou o título mundial no Brasil.
Há quem espere até 2014 para uma eventual revanche contra os uruguaios novamente no Maracanã. No entanto, para os torcedores brasileiros da época, a vingança veio apenas dois anos depois.
Nesta quinta-feira, o Fluminense completa seis décadas da conquista da Copa Rio de 1952, o Mundial da época. O time ganhou a torcida dos brasileiros quando venceu, na primeira fase, o Peñarol (URU), base da seleção que triunfou em 1950. O confronto mais marcante daquele dia foi entre Bigode e Gigghia, em uma marcação implacável do brasileiro.
– Em 50, muitas pessoas pediram que o Bigode fosse menos violento, até para não acabar sendo expulso. Ele se acovardou e acabou enfraquecendo a marcação. Naquele jogo de 52, ele colocou o Gigghia no bolso e não o deixou passar. Ele jogava duro sim, mas era o jogo dele – disse Jair Santana, volante daquele Fluminense e único titular ainda vivo. Ele garante ainda que, por parte dos jogadores, não houve vingança.
– Para nós, não houve isso, nem para o Bigode, mas para a torcida brasileira, ver uma equipe do país derrotar os uruguaios foi como ir à forra daquela Copa – disse.
A partir dali, o Fluminense se classificou para a semifinal, onde derrotou o Austria Viena. Depois, venceu o Corinthians por 2 a 0 na primeira partida final e garantiu o título com um empate no segundo jogo, disputado no Maracanã.
Castilho garantia no gol
O Fluminense estava bem protegido para conquistar seu título mundial. O goleiro Castilho fez belas atuações e o time tricolor levou apenas quatro gols em sete jogos disputados. O grupo tinha tranquilidade e confiava no camisa 1.
– ‘Façam um gol que lá trás eu garanto o zero’, dizia o Castilho. Era muito fácil ter confiança nele. Isso nos dava mais força – disse Jair Santana, que lembrou dos tempos em que convivia com o goleiro:
– Éramos os dois de Olaria e ele me levava de carro para o treino. Como eu era mais novo, ele já me orientava no carro sobre como jogar pelo time. Vim do Olaria e ele me dizia para que eu jogasse da mesma forma – afirmou o ex-jogador, que ainda se recorda do dia da morte do companheiro de equipe:
– Era mais do que companheiro, era um amigo. Eu fui um dos primeiros a chegar ao local. Morri um pouco também – se emocionou.

            Jair Santana nas Laranjeiras

Bate-Bola - Jair Santana
Volante do Fluminense, campeão Mundial de 1952
A comemoração dos 60 anos do Mundial irá impulsionar a atual geração de tricolores?
É um impulso a mais para participarem de algo com o Fluminense. Tudo que tenho hoje eu agradeço ao clube. Não estou puxando o saco, nunca precisei disso.
E o reconhecimento da FIFA sobre o Mundial de 1952?
Não gosto de me meter em política, mas, para mim, só importa o reconhecimento do Fluminense.
Como você analisa o momento do futebol brasileiro?
A verdade é que fui à Europa algumas vezes e o Brasil não sabe a força que tem. Nós não reconhecemos o que temos. Somos o maior país do mundo no futebol.
Clube prepara homenagens
Para comemorar os 60 anos da conquista da Copa Rio de 1952, o Fluminense prepara ações para as próximas duas partidas do clube no Brasileirão. O Tricolor passou a valorizar a conquista como título mundial depois que Peter Siemsen assumiu a presidência.
Até o ano passado, as paredes das Laranjeiras apresentavam Campeão da Copa Rio 1952. Hoje a inscrição foi modificada para Campeão Mundial de 1952.

Time campeão da Copa Rio de 1952 (Crédito: Reprodução)
Orgulho do Fluminense
Em 1952, foi disputada a II Copa Rio, que reuniu oito equipes separadas em dois grupos: o Rio de Janeiro e o São Paulo. O primeiro foi formado por Fluminense, Grasshopper (SUI), Sporting (POR) e Peñarol (URU). O segundo era encabeçado pelo Corinthians, além de Saarbrücken (ALE), Libertad (PAR) e Áustria Viena.
A competição foi organizada pela CBD (antiga CBF) e pelo Flu, com a autorização da Fifa. O Tricolor, assim como o Palmeiras, campeão da primeira edição, em 1951, se proclama campeão mundial.
A campanha do Fluminense
Primeira fase
Fluminense 0x0 Sporting Lisboa (POR)
Fluminense 1x0 Grasshopper (SUI)
Fluminense 3x0 Peñarol (URU)
Semifinal
Fluminense 1x0 A. Viena (AUT)
A. Viena  (AUT) 2x5 Fluminense
Final
Fluminense 2x0 Corinthians
Corinthians 2x2 Fluminense
Fonte-Lancenet

Juliano.Gouveia


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