quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Shakhtar mostra que Mano pode buscar talentos na Ucrânia

 Os técnicos brasileiros tradicionalmente relutam em incluir na seleção jogadores que atuam no Leste Europeu, mas a atuação de quatro jogadores do time ucraniano Shakhtar Donetsk contra a Juventus pela Liga dos Campeões, na terça-feira, mostrou que o Brasil pode tirar proveito dessa parte do mundo.
 Hulk, do Zenit São Petersburgo, e Giuliano, do Dnipro Dnipropetrovsk, são os únicos jogadores de clubes da região na última convocação do técnico Mano Menezes, para os amistosos com Iraque e Japão.

Mas o quarteto Willian, Fernandinho, Alex Teixeira e Luiz Adriano desmontaram a defesa dos campeões italianos e deram ao Shakhtar, campeão ucraniano, quase 60% de posse de bola, mesmo jogando na casa do rival. Apesar disso, precisaram se contentar com um empate em 1 a 1, com direito a uma bola no travessão, já nos acréscimos.
Willian, 24 anos, foi o destaque do quarteto, com sua capacidade para distribuir passes precisos no meio-campo, algo que se tornou raro no futebol brasileiro atual.
O dinâmico volante Fernandinho, também com excelente passe e um chute poderoso, é outro tipo de jogador raro no Brasil, onde os homens da sua posição geralmente são treinados para apenas destruir jogadas. Já a velocidade e habilidade de Alex impressionaram pela direita do meio-campo, e Luiz Adriano foi uma ameaça constante no ataque.
Nenhum deles, no entanto, é muito conhecido no Brasil. Willian fez dois jogos pela Seleção no ano passado, e Fernandinho já foi convocado cinco vezes. Os outros dois nunca vestiram a camisa amarela.
O Shakthar, que contou com Willian, Fernandinho e Luiz Adriano na conquista da Copa da Uefa há três anos, tem no total nove brasileiros no seu elenco, seguindo uma política adotada pelo técnico Mircea Lucescu desde 2004. Nesse período, o time de Donetsk conquistou seis títulos nacionais, além da Copa da Uefa.
"Willian já é um jogador conhecido", disse Lucescu depois do jogo de terça-feira. "Ele é um grande talento, mas outros jogadores, como Alex Teixeira, também são excepcionais... todo o time jogou bem."
O treinador destacou também a continuidade desse projeto. "Tenho jogadores de 23, 24 anos que jogam no mesmo time desde os 18. Construí esse time, e não temos medo de jogar em lugar algum."
Willian, trazido do Corinthians aos 19 anos, disse na semana passada que admite ser difícil uma convocação para a seleção jogando na Ucrânia.
"O futebol ucraniano não tem muita visibilidade, mas espero ter uma sequência na seleção" disse ele. "Joguei duas partidas, entrando no segundo tempo, e ainda não pude mostrar muito do meu trabalho."
FONTE: Reuters
Brasileiros do Shakhtar, como  Alex Teixeira (foto), sonham com chance na Seleção Brasileira. Foto: Getty Images

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