quarta-feira, 18 de julho de 2012

Wenger vê treino do Brasil com 'olhos de cobiça' e desperta sonho nigeriano

Uma chuva incessante acompanhava o treino da Seleção Brasileira no CT do Arsenal, na tarde desta quarta, em Saint Albans, quando os jornalistas, espremidos embaixo de um pequeno e improvisado toldo, notaram a movimentação de um grupo de homens com jaquetas do Arsenal. Pois um deles, com o gorro protegendo a cabeça do aguaceiro, logo foi identificado. Era o técnico francês Arsène Wenger, que acompanhava com os olhos fixos o trabalho de Mano Menezes com os jogadores.

Ao notarem a aproximação de alguns repórteres e cinegrafistas, os "assistentes" de Wenger, inquietos, começaram a avisar que ele não falaria com a imprensa. Na hora em que as cãmeras foram acionadas, o "eterno" comandante dos Gunners (está à frente do time há 16 anos), até soltou um pequeno sorriso, mas logo voltou a prestar atenção no campo. A reportagem do LANCENET! questionou um dos "homens de Wènger" sobre a possibilidade de o treinador "dar uma palavrinha" sobre Neymar e recebeu como resposta um monossilábico "tomorrow" (amanhã, em inglês).

Wènger, que atua como um manager no Arsenal e é famoso por recrutar jovens talentos para a equipe, parecia pouco à vontade com aquela multidão de jornalistas no local. A explicação é simples: o clube não costuma abrir treinos para a imprensa, algo que se repete nos outros clubes londrinos. Mas o técnico provavelmente estava ali para observar alguns jogadores, ainda mais porque a equipe é olímpica, onde prevalecem atletas abaixo de 23 anos.

Após o treinamento, quando Mano Menezes saia do campo a reportagem tentou falar com ele sobre a presença do colega de profissão. O técnico, porém, manteve a expressão fechada, deu uma olhada rápida e seguiu em linha reta.

Sonho nigeriano

Enquanto Wènger assistia ao treino com "olhos de cobiça", um rapaz esperava plantado na frente do enorme portão do centro do Arsenal na esperança de encontrar o francês, O nigeriano Demmi Okola, de 24 anos, nunca jogou bola profissionalmente e nutre a ideia obsessiva, como ele mesmo define, de atuar com o treinador no Arsenal.

- Já tentei entrar no clube, mas me barraram. Eu não vou desistir, é meu sonho. Vou seguir aqui - contou, exultante, após saber da reportagem que Wènger havia acompanhado os treinos do Brasil.



Nigeriano Demmi, de 24 anos, ficou esperando técnico na porta do CT

Demmi, que nasceu em Lagos, a maior cidade nigeriana, diz ter como ídolo Kanu, seu compatriota que jogou no Arsenal por cinco anos e ficou conhecido no Brasil por ter sido o carrasco da Seleção justamente em uma edição olímpica, a de 96, em Atlanta (a Nigéria derrotou a equipe então comandada por Zagallo por com um gol do nigeriano na morte súbita). Inclusive, afirma que "batia uma bola" com o irmão de Kanu nas ruas do seu país-natal.

Há quatro anos morando em Londres, Dammi diz que já foi diversas vezes ao clube inglês e seguirá indo até lá até conseguir. E quando ouviu que o técnico estava observando jogadores brasileiros, declarou:
- Ele precisa olhar os nigerianos!

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