sexta-feira, 19 de outubro de 2012

STJD ordena interdição imediata e por tempo indeterminado da Vila Belmiro

O presidente o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Flávio Zveiter, decidiu nesta sexta-feira pela interdição imediata da Vila Belmiro. Ele atendeu a uma liminar pedida pelo procurado Paulo Schmitt por conta da impossibilidade de acesso de ambulâncias ao gramado do estádio do Santos.

A interdição da Vila Belmiro só será revogada após uma nova vistoria e um novo laudo do local. O próximo jogo do Santos em casa, contra o Náutico na próxima quinta-feira, já terá que ter o local remarcado pela CBF. Além deste, a equipe da Baixada Santista tem apenas mais dois jogos como mandante até o final do ano.

“A estrutura hoje infelizmente não permite a total segurança daqueles que estão participando do evento esportivo. Isso foi comprovado durante a semana, com o evento envolvendo o atleta do Atlético-MG. Por conta disso, determinei por cautela a interdição até que se garanta a segurança dos jogadores”, disse o Zveiter à Rádio Estadão ESPN.

"É necessário que o Santos comprove que as obras foram concluídas e passam a dar a segurança para esses eventos na vila. O clube precisa de um laudo do corpo de bombeiros comprovando as obras. A interdição será indeterminada até resolver esse problema", completou.
Gazeta Press
Maca da ambulância precisou ser levada até onde estava Rafael Marques
Maca da ambulância precisou ser levada até onde estava Rafael Marques

Nesta quarta-feira, o zagueiro Rafael Marques, do Atlético-MG, bateu a cabeça com o companheiro Leonardo Silva e ficou caído no gramado. Como o choque foi sério, jogadores e médicos solicitaram a entrada de uma ambulância no campo para remoção do defensor. O veículo, porém, não conseguiu chegar ao local do incidente devido a um degrau que separa o estacionamento da área de jogo. O atendimento ao jogador levou mais de dez minutos por conta do problema.

O curioso é que o próprio Corpo de Bombeiros não acha que a Vila Belmiro tem problemas técnicos. Em entrevista ao ESPN.com.br, o Tenente Matheus, Chefe da Seção de Atividades Técnicas do 6º Grupamento de Bombeiros (Santos) defendeu que o regulamento não especifica nada quanto ao acesso da ambulância ao campo de jogo. A única regra é que o veículo possa ficar junto ao campo. “A Vila Belmiro atende a essa condição, oferecendo dois portões que garantem acesso a menos de 10 metros do campo de futebol”, disse.

De fato, o artigo 211 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, pelo qual o Santos foi punido, não é específico. Ele diz apenas que o clube mandante é o responsável por “manter o local que tenha indicado para a realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plana garantia e segurança para a sua realização.”
Reprodução
CBDJ - artigo 211
CBDJ - artigo 211

“A normatização do Corpo de Bombeiros estabelece que ‘devem ser garantidos dois acessos de veículos de emergência junto ao campo, em lados ou extremidades opostas, viabilizando a remoção das vítimas’", diz o Tenente Matheus.

Flávio Zveiter usou como argumento a própria delcaração do médico do Santos, Rodrigo Zogaib, para explicar a interdição da Vila Belmiro. Além disso, diz que o Corpo de Bombeiros deveria ter agido mais rapidamente para atender o atleta.

"O que vimos na partida foi ineficiência no atendimento ao atleta e também o não acesso da ambulância. Ela chegou ao local e tinha um degrau. O próprio médico do Santos disse que se ele permanecesse caído e desacordado, poderia ter sofrido um trauma muito grande. Se o Corpo de Bombeiros entende que não é necessário a ambulância entra em campo, deveria ter feito um atendimento mais rápido ao atleta, que ficou caído por 10 minutos", disse o presidente do STJD.

Também em conversa com o ESPN.com.br, o Coronel Marcos Marinho, responsável pelas questões de segurança da Federação Paulista de Futebol, não enxergou problemas no que aconteceu na última quarta-feira. Segundo ele, o mais importante não é que a ambulância consiga entrar em campo, mas sim que o atendimento seja feito rapidamente e com eficiência.

“Não é a ambulância em campo que vai salvar uma vida ou não. O que salva é o primeiro socorro. Se não tiver um atendimento rápido, não adianta nada a ambulância. O que importa é como você vai transportar a pessoa. Existe uma técnica toda especial para isso”, disse. “O que faltou na quarta-feira foi um procedimento melhor em relação aos primeiros socorros”, completou.

De qualquer forma, o Santos já tomou as medidas necessárias para não ter problemas. O próprio clube admitiu que a Vila Belmiro tinha falhas técnicas e, já na quinta-feira, começou as obras para que as ambulâncias possam estacionar dentro do campo.

"Estamos acatando a determinação. Desde ontem estamos tomando as providências para acabar com a interdição. Isso ficará pronto na segunda-feira e a partir daí ficará eliminado o fato que causa a interdição da Vila Belmiro. Se não for possível liberar o estádio para o jogo contra o Náutico, ainda vamos definir onde mandaremos a partida", disse Odílio Rodrigues, vice-presidente do clube.
Fonte:Espn

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