segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Londres-2012 deixa bons exemplos, lições e alertas para o Rio-2016


Autoridades de Londres sempre falaram abertamente em fazer a melhor Olimpíada da história. De fato, os Jogos que acabaram neste domingo foram uma aula de organização na maioria dos quesitos, pontos que o Brasil precisa se inspirar, como transporte e segurança, por exemplo. Mas os britânicos cometeram falhas que podem servir de alerta para a Rio-2016, entre elas a péssima distribuição de ingressos que deixou milhares de pessoas na rua e arenas vazias.
O balanço de Londres-2012 é bem mais positivo. Com disciplina, os britânicos deram show na chegada e saída das arenas. Na cidade, tudo bem sinalizado, sempre com voluntários por perto dispostos a dar informação. Era quase impossível se perder.

Assentos vazios são preenchidos por militares na North Greenwich Arena, durante as classificatórias da ginástica artística: problema com ingressos 
O transporte e a segurança foram uma lição para o mundo. Os metrôs e ônibus levaram os turistas a todos os locais de competição com agilidade. E melhor, sem provocar transtornos à população que não estava envolvida no evento. Graças ao planejamento e pedido do governo, os moradores andaram mais a pé, pedalaram ou trabalharam de casa para evitar superlotação no transporte público.
Para garantir a festa, a segurança foi exemplar. Era impossível andar mais de uma quadra pelo centro ou próximo aos locais de competição sem ver policiais, sempre bem humorados e dispostos a dar uma forcinha como guias turísticos. As ameaças de ataques terroristas foram freadas com a prisão de suspeitos.
Mas Londres carregará a mácula da desastrosa distribuição de ingressos. O presidente do Comitê Organizador Local, Sebástian Coe, chegou a admitir erro no planejamento. Os ingleses não conseguiam comprar no site. Nas agências que vendiam para os estrangeiros eram horas de fila. Muitos querendo ingresso, muitos na rua e arenas com centenas de lugares vazios. Até soldados foram convocados para fazer número na arquibancada.
Mais de cem pessoas da organização da Rio-2016 e da Empresa Olímpica Municipal foram a Londres para ver os Jogos. Tomara que tenham sido bons observadores.

Soldados fazem a segurança das competições em Londres 
COPIA, RIO!
Segurança
Com cerca de 23 mil agentes nas ruas, Londres foi uma cidade extremamente segura durante os Jogos. Nenhum grave incidente foi registrado.
Transporte
Era a maior preocupação, mas funcionou bem. A população local ajudou evitando o metrô. Houve dias e horários de muito fluxo, mas longe do caos.
Linha Olímpica
O primeiro dia foi complicado, ainda antes de começar os Jogos. Mas os 168 quilômetros de linhas expressas dentro da cidade para levar atletas, imprensa, patrocinadores e convidados funcionaram bem e não prejudicaram a cidade.
Telões
Foram instalados grandes estruturas com telões em dois grandes parques da cidade, com entrada gratuita. Foi uma boa alternativa para quem não tinha ingresso. Também havia um telão no Parque Olímpico para que os torcedores que tinham acesso a uma das arenas (ou passe do dia) pudessem ver outras partidas.
Sinalização
Todos os lugares de competição estavam muito bem sinalizados, assim como os metrôs e as ruas.
Imprensa
O sistema de transporte para mídia funcionou sem problemas e dentro do horário previsto em quase 90% das vezes.
Alegria do staff
O pedido do governo para os policiais interagirem com os turistas funcionou. Eles a todo momento tiravam fotos. Os voluntários e outras pessoas que trabalharam nos Jogos também fizeram a festa.
Revitalização/Legado
A zona leste da cidade foi completamente renovada com a criação do Parque Olímpico, construção de pontes, shoppings, ferrovias e estações de metrô. Depois da Paralimpíada, as instalações e a Vila Olímpica serão usadas pela população. Um dinheiro bem investido.
Desempenho em casa
Com mais de 60 medalhas, o Reino Unido bateu seu recorde de ouros graças a uma política esportiva que começou há sete anos. O Brasil ainda pode agir.
APAGA, RIO!
Ingressos
Foi o maior problema de Londres-2012. Dificuldade para comprar pelo site, cambistas nas ruas, pessoas sem ingresso querendo entrar e as arenas vazias. A população local teve mais dificuldade em comprar do que os estrangeiros. O Rio precisa pensar bem nisso.
Susto na população
O governo exagerou em pedir apoio para evitar caos em Londres. Acabou assustando muita gente, que optou por deixar a cidade. Resultado: as associações de empresários reclamaram que a cidade estava vazia.
Turismo
Durante o período dos Jogos, os principais pontos turísticos, como museus, tiveram uma procura abaixo do normal para as férias de verão no hemisfério norte.
Falta de engajamento
A dificuldade em comprar ingressos e o alarme de um possível caos acabou desmobilizando a maioria dos britânicos para os Jogos.
Temporárias
As arenas temporárias deixaram a desejar. Havia problemas de visibilidade, acesso e em algumas as tribunas de imprensa eram descobertas, o que causou transtorno em dias de chuva.
Gafes
Londres protagonizou algumas gafes que parecem bobas, mas podem gerar problemas. No futebol feminino, por exemplo, trocaram a bandeira da Coreia do Sul pela Coreia do Norte, dois países que vivem uma rivalidade em função da guerra.
Fonte-Lancenet
Juliano.Gouveia

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