sábado, 24 de novembro de 2012

PÓS-JOGO Guarani 1 x 2 São Caetano


Uma vitória sem tanto sabor para quem venceu, mas drástica para quem sonhava com ela para espantar os seus piores fantasmas. Time com menos chances de conquistar o acesso na última rodada, por depender de pelo menos mais um resultado, o São Caetano fez sua parte - venceu o Guarani por 2 a 1, no Brinco de Ouro, e esperou a vaga até o último instante, mas a perdeu para Atlético-PR e Vitória por um detalhe: o número de vitórias.
O Azulão, porém, foi responsável por mais um capítulo triste na recente história bugrina. Com a derrota diante de pouco menos de 10 mil torcedores, a equipe de Campinas acumula o nono rebaixamento da história, o oitavo nos últimos 11 anos.

Guarani x São Caetano (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)O cara da partida foi Danielzinho. Principal jogador do primeiro tempo, criou três excelentes chances de abrir o placar, mas não foi feliz em nenhuma. A redenção viria no segundo tempo, quando o atacante, lançado duas vezes livre dentro da área, só teve o trabalho de vencer a disputa com Emerson e marcar os dois gols do Azulão. Nem o gol de Danilo Sacramento, que àquela altura empatava o confronto, deu esperanças ao Guarani.
Após 38 rodadas, o Guarani fecha a campanha com 41 pontos, dois a menos que o Guaratinguetá, que se livrou do rebaixamento ao vencer o lanterna Barueri, por 2 a 1. Além de entrar na degola, perdeu também uma posição para o CRB, que venceu o ASA de virada, e caiu para 18º lugar.
Já o São Caetano, dono de 71 pontos, viu a queda no segundo turno ser fatal. Foi ultrapassado pelo líder Goiás e também pelo Atlético-PR, que precisou só empatar com o Paraná para voltar à primeira divisão. O Azulão termina em quinto, com mesmo número de pontos de Atlético-PR e Vitória, mas fora pelo número de vitórias: 21 da dupla rubro-negra contra 20 dos paulistas.
Assim como fez em boa parte da Série B, o Guarani desapontou a torcida atuando em casa. O Brinco de Ouro, que tanta diferença fez ao clube na campanha do vice-campeonato paulista, tornou-se o calvário alviverde. No estádio, o Bugre perdeu pontos preciosos contra Boa Esporte (0 a 0), ABC (1 a 1), Avaí (0 a 2), Paraná (0 a 0) e América-RN (0 a 0). O retrospecto recente já mostrava um time em queda: nos últimos 14 jogos do ano, apenas uma vitória, quatro empates e nove derrotas.
Já o São Caetano perde talvez sua principal chance de disputar novamente a primeira divisão do Brasileiro. Fora da elite desde 2006, o Azulão tinha esperanças de voltar em 2013. Teve um início arrasador, quando ficou 16 rodadas sem perder (até ser derrotado pelo próprio Guarani, em 28 de agosto), mas demonstrou desorganização fora de campo. Teve quatro técnicos que não conseguiram convencer a diretoria.
Com espíritos diferentes após o último compromisso do ano, Guarani e São Caetano entram agora em período de férias. Vão reformular elencos, dispensar jogadores e contratar novos reforços. Com caras novas, Bugre e Azulão voltam a atuar só no final de janeiro, no Paulistão. 
Ademir Sopa e Kleiton Domingues lamentam queda (Foto: Marcos Ribolli/ Globoesporte.com)
Azulão começa melhor
A tensão estava no rosto de cada um dos 22 jogadores em campo. E quem mais soube controlar o sentimento no primeiro tempo foi justamente aquele que não dependia só de si. Sentindo-se em casa, o São Caetano apostou na velocidade de seus atacantes, posicionados nas costas de Oziel e Bruno Recife, e criou muitas chances de perigo ao gol de Emerson.
Logo no primeiro minuto, Leandrão desviou cobrança de escanteio de Marcelo Costa e a bola raspou a trave esquerda. Na sequência, Éder cobrou falta direta, no canto esquerdo baixo. Emerson caiu para defender. A resposta do Guarani, que não conseguiu controlar a partida como pretendia Vilson Tadei, veio em um contra-ataque: Clebinho partiu pela direita e cruzou para Medina, que bateu mascado. Bola saiu à direita de Luiz.
O susto não conteve o São Caetano, que seguiu mais incisivo. Aos 13, Danielzinho bateu cruzado e mandou pela linha de fundo. Cinco minutos depois, Medina teve mais uma chance de abrir o placar, mas furou o chute, após bela jogada de Clebinho - o melhor em campo do lado bugrino - pelo lado esquerdo.
Clebinho tenta passar por Moradei (Foto: Marcos Ribolli/ Globoesporte.com)
Resultados da rodada mudam postura dos times
A diretoria do Guarani já havia dito que usaria o placar eletrônico para tentar desestabilizar o São Caetano - os jogos que atrapalhariam a tranquilidade bugrina foram estrategicamente esquecidos. A primeita etapa do plano fracassou. Os resultados da rodada podiam até não interessar ao Azulão, mas também rebaixavam o Bugre, que seguia com dificuldades para arrematar a gol.
No Vale do Paraíba, o Guaratinguetá abriu logo 2 a 0 no Grêmio Barueri e praticamente sacramentou sua permanência na Série B em 2013. O mesmo fez o Bragantino, cuja vitória sobre o Boa Esporte aumentava ainda mais a pressão em cima do Guarani. Na parte de cima da tabela, apenas o Atlético-PR fazia sua parte contra o Paraná, resultado anunciado em alto e bom som pelo placar.
Vendo que a pressa apenas benificiaria o Guarani, o São Caetano diminuiu o ímpeto, mas seguiu forte ofensivamente. Danielzinho, destaque do Azulão, saiu mais duas vezes frente a frente com Emerson: mandou uma para fora e a outra nas mãos do goleiro. O Bugre só foi perigoso aos 37. Clebinho cortou o marcador e arriscou chute de fora da área. A bola pegou na rede, mas pelo lado de fora.
Para o Guarani, a melhor notícia estava a quilômetros de distância: Willian abriu o placar para o Vitória, resultado que acabava com as chances de acesso do São Caetano. Era nestes placares - e na consequente falta de ambição do adversário no segundo tempo - que o Bugre apostava para se livrar da queda.
'Solto', São Caetano leva a melhor
O segundo tempo fez crescer a angústia de cada bugrino presente ao Brinco de Ouro. A começar pelos jogadores, que cada vez mais acumularam erros de passe, chutes mal direcionados e nervosismo a uma partida já tensa. O São Caetano, que já havia perdido as esperanças de disputar o acesso pelos resultados parciais, entrou leve. Tão leve a ponto de crescer o peso nas costas do Guarani.
O prenúncio se deu aos 16 minutos, com Samuel Xavier, que acertou uma bomba no canto direito e forçou Emerson a fazer grande defesa. Quatro minutos depois, a desatenção geral em gol. Danielzinho foi lançado nas costas de Ademir Sopa, ganhou na corrida de Montoya e bateu no canto esquerdo de Emerson: 1 a 0, que, apesar de não levar o São Caetano à elite, rebaixava o Bugre à terceira divisão.
Com 25 minutos para reagir, Vilson Tadei decidiu mexer na equipe. Sacou Medina e Fabrício e apostou em Ronaldo e Danilo Sacramento. Uma das apostas deu resultado. Aos 27, Danilo recebeu pelo lado direito da grande área, ajeitou para o pé esquerdo e bateu rasteiro. A bola passou por baixo de Luiz e morreu no canto esquerdo.
O gol foi o combustível para incendiar o Brinco de Ouro. Já irritada com a aparente falta de raça da equipe no segundo tempo, a torcida cresceu e passou a jogar junto. A parceria durou 180 segundos. Sem se importar com os gritos da arquibancada, o São Caetano deu a pá de cal no time da casa. Ailton lançou para Danielzinho, que invadiu a área sem marcação, passou por Emerson e matou o jogo.
A partir daí, a torcida bugrina se virou contra o time. No lugar de incentivo, surgiram pressão e cobrança. Sem confiança para superar a defesa do São Caetano, o arsenal de atacantes bugrinos pouco fez para ao menos terminar a temporada com um honroso empate. Minutos antes de Paulo César de Oliveira apitar o fim do jogo, a torcida bugrina já deixava o Brinco de Ouro. A desolação estampada no rosto de cada um dos quase 10 mil bugrinos era clara: mesmo precisando só de si, o Guarani falhou. Como tem feito há 11 anos.
Guarani x São Caetano (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Fonte:Globo Esporte

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Notícias anteriores