sábado, 24 de novembro de 2012

Líder do 'Armandão' da Champions, Willian se empolga: 'Vitrine é enorme'


Os líderes do 'Armandão' da Champions
Willian (Shakhtar)7,8 (5 jogos)
Lionel Messi (Barcelona)7,8 (5 jogos)
Isco (Málaga)7,7 (4 jogos)
Joaquín (Málaga)7,5 (4 jogos)
Julian Draxler (Schalke)7,5 (2 jogos)
Não é lá um exagero quando se referem à Liga dos Campeões como a nata do futebol mundial. Salvo raras - e gratas - exceções, é na principal competição de clubes da Europa que estão os craques mais midiáticos, como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Zlatan Ibrahimovic... Mas no meio de tanta grife, um brasileiro tem roubado a cena com atuações de um Bola de Ouro para os especialistas da Uefa: Willian, camisa 10 do já classificado Shakhtar Donetsk no Grupo E.

Os números, neste caso, não mentem e ajudam a reforçar o quão única é a fase do meio-campista. Após cinco rodadas, ele lidera o ranking de jogadores na página da entidade - uma espécie de Troféu Armando Nogueira - ao lado de Messi, com média de 7,8 pontos por jogo. Em três deles Willian deixou o campo como o melhor: no empate com o Juventus, por 1 a 1, na derrota para o Chelsea, por 3 a 2 (com dois gols seus - veja abaixo) e na vitória sobre o Nordsjaelland, por 5 a 2 (novamente com dois gols marcados).

Para se ter uma ideia do feito de Willian basta compará-lo com outros nomes do torneio. Autor de dois gols e cinco assistências com a camisa do Paris Saint-Germain no Grupo A, Ibrahimovic aparece apenas na sétima colocação (dentre os que atuaram ao menos em duas partidas), com 7,3. Um dos artilheiros, com cinco gols, Cristiano Ronaldo soma apenas 6,9 de média e figura atrás de menos badalados, como a dupla Mario Götze (7,2) e Marco Reus (7,1), do Borrusia Dortmund. O terceiro do pódio é o espanhol Isco, do surpreendente Málaga, com 7,7.
Willian comemora gol do Shakhtar (Foto: EFE)
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Willian mostrou-se empolgado ao tomar conhecimento das estatísticas. Retrato da ótima campanha do Shakhtar, que só precisa de um empate com a Velha Senhora, na Donbass Arena, no dia 5, para avançar em primeiro e, teoricamente, garantir um cruzamento mais fácil nas oitavas de final.
Willian sabe mais do que ninguém que atuações acima da média também significam um ponto de interrogação a partir de janeiro, na reabertura da janela de transferências. Se antes da temporada o desejo era claro e manifesto por uma ida ao Chelsea, hoje ele prioriza a Champions com o clube ucraniano e deixa o futuro nas mãos do Shakhtar e representantes.- A gente fica meio que imaginando a grandeza que é a competição, de estar participando de uma Champions, numa chave como essa. A vitrine é enorme. Melhor que isso não tem. Disputar a Champions, jogar contra Juventus, contra Chelsea... São equipes grandes. Todo mundo está vendo. Então, jogando bem com certeza é gratificante. Não só para mim, como para o Shakhtar também - disse o camisa 10.

Um dos protagonistas do lance mais comentado na semana, Willian também contou como foi o clima dentro de campo após Luiz Adriano ignorar o fair play e marcar na goleada sobre o Nordsjaelland, por 5 a 2, na última terça, na Dinamarca. Autor da "assistência", ele acredita que a campanha do time não será manchada pelo episódio.
- Estou muito feliz com essa fase que estou atravessando e pretendo continuar dando sequência nesse bom momento. Quanto a uma possível transferência, proposta que vai chegar, isso é outra coisa. Mas a gente sempre trabalha para que isso aconteça - afirmou.
- Se tivesse vencido por 3 a 2 poderia ser, mas fizemos ainda outros quatro gols, e ficou barato, poderia ter saído mais - resumiu.
Confira abaixo a entrevista completa:
Luiz Adriano e Willian, Chelsea e Shakhtar (Foto: Agência AFP)



GLOBOESPORTE.COM: Pela pontuação média dos especialistas no ranking da Uefa você só não está acima de Lionel Messi, com a mesma média (7,8). O que isso significa para você?
WILLIAN: Fico muito feliz. Sempre batalho, procuro entrar em campo e fazer o meu melhor. Procuro ajudar o meu time da melhor maneira, seja fazendo gols, seja dando passes. Antes de começar a Champions eu procurei treinar bem, sempre venho treinando bem. Para ficar bem focado mesmo para arrebentar nessa Champions. Esse era o meu objetivo, graças a Deus isso vem acontecendo e estou me destacando.
Independente do adversário eu nunca vou mudar meu estilo de jogo"
Willian
E você não atingiu esses números contra adversários de baixo calibre. Enfrentou Juventus em Turim, o Chelsea duas vezes...
Acho que independente do adversário eu nunca vou mudar meu estilo de jogo, minha maneira de jogar. Claro que respeito o que o treinador orienta, se é para voltar e ajudar na marcação. Mas o meu estilo de jogo com a bola é da mesma maneira, driblando, arrancando, chutando, deixando o companheiro na cara do gol. É o que procuro.

Você tem quatro gols e hoje está entre os vice-artilheiros. Tem noção do quão grande é o cartaz dessa Liga dos Campeões?
A gente fica meio que imaginando a grandeza que é a competição, de estar participando de uma Champions, numa chave como essa. A vitrine é enorme. Melhor que isso não tem. Disputar a Champions, jogar contra Juventus, contra Chelsea... São equipes grandes. Todo mundo está vendo. Então jogando bem com certeza é gratificante. Não só para mim, como para o Shakhtar também.
Willian Shakhtar (Foto: AFP)
Antes de começar a temporada conversamos e você esperava por uma proposta ainda. Acha que ela vem em janeiro? E, hoje, você sairia do Shakhtar classificado, por exemplo, para um Chelsea, que pode ser eliminado?
No momento estou bem tranquilo. Estou muito feliz com essa fase que estou atravessando e pretendo continuar dando sequência nesse bom momento meu. Quanto a uma possível transferência, proposta que vai chegar, isso é outra coisa. Mas a gente sempre trabalha para que isso aconteça. Tenho certeza que muitas pessoas estão vendo o meu trabalho, surgirão ofertas de clubes grandes. Quem vai decidir meu futuro é o clube com meus representantes. Eu estou com a cabeça fixa em ajudar o Shakhtar nessa Champions e continuar fazendo história.

Um empate garante na última rodada garante vocês em primeiro, o que indica um sorteio teoricamente mais tranquilo. Dá para sonhar até mais do que com as quartas em 2011?
Sem dúvida. O jeito que a equipe vem jogando, mostrando muita personalidade, tanto dentro de casa como fora nos faz acreditar numa campanha histórica. Temos grande chance de chegar longe nessa Champions e levar a imagem do clube para ainda mais longe. Acho que isso sem dúvida dá para fazer, sim.
Os seus números são ótimos na Liga dos Campeões, mas a assistência para o gol do Luiz Adriano (contra o Nordsjaelland) você não vai contar, não é?
(Risos). É um lance estranho, mas tenho certeza que esse gol muita gente está comentando, mas não vai apagar a bela vitória que tivemos. Fizemos mais quatro gols. Conseguimos fazer mais um bom jogo nessa Champions. A nossa vitória foi brilhante.
Willian e Oscar, Chelsea e Shakhtar (Foto: Getty Images)


Como foi a repercussão do lance entre vocês?
A gente sentiu que rolou muita pressão da torcida, jogadores adversários também. Muitos ficaram revoltados com a situação. A torcida pressionou, vaiaram muito alto e isso motivou o time deles. Logo depois eles fizeram o segundo gol e a gente manteve a tranquilidade, continuou jogando da maneira que joga. No segundo tempo conseguimos imprimir um bom ritmo de jogo para fazer mais três gols.

Ninguém saiu para comemorar com o Luiz depois do gol. Teve a instrução de deixar o Nordsjaelland marcar na sequência?
Ali, naquele momento muito conturbado, a equipe deles saiu com a bola e alguns jogadores do nosso time ficaram olhando. O nosso volante (Stepanenko) foi em cima do cara (Stokholm) e tomou a bola. A gente continuou jogando, mas naquele momento é difícil explicar a situação porque realmente o jogo já tinha parado um tempo, tinha jogador voltando de lesão, a torcida estava pressionando. É uma situação difícil daquelas, mas a gente manteve tranquilidade, ninguém pediu ou quis deixar eles fazerem o gol. A gente continuou jogando da mesma forma.

Foi a primeira vez que aconteceu isso?
Lembro de um jogo em 2008, contra o Barcelona, que o Shakhtar ganhava por 1 a 0 e tomou a virada. O primeiro gol foi num lance em que a bola deveria ter sido devolvida. Nossos jogadores esperaram, mas o Bojan pegou e cruzou para a área, na intenção de colocar para alguém fazer o gol. Nosso goleiro soltou no pé do Messi e ele fez."
Willian, sobre a falta de fair play do Barcelona num confronto em 2008
Desse tamanho foi a primeira vez. Lembro de um jogo em 2008, contra o Barcelona, que o Shakhtar ganhava por 1 a 0 e tomou a virada. O primeiro gol foi num lance em que a bola deveria ter sido devolvida. Nossos jogadores esperaram, mas o Bojan (hoje no Milan) pegou e cruzou para a área, na intenção de colocar para alguém fazer o gol. Nosso goleiro soltou no pé do Messi e ele fez.

Acha que esse lance pode manchar a campanha do Shakhtar?
É difícil. Particularmente só o Luiz mesmo para falar o que ele pensou, o que se passou com ele naquele lance. Só ele para falar. Eu posso dizer que a imagem do Shakhtar não vai ficar manchada, não. Se tivesse vencido de 3 a 2 poderia ser, mas fizemos ainda outros quatro gols, e ficou barato, poderia ter saído mais. Tenho certeza. Tomara que não fique manchada.

Já se especula que um ‘empate amigo’ classificará Shakhtar e Juventus na última rodada. Mas ainda há o primeiro lugar em jogo.
O objetivo era se classificar, mas queremos vencer o Juventus. Sempre entramos em campo para isso, jogando dentro de casa buscaremos a vitória independentemente do resultado do Chelsea, se vai se classificar, ou o Juventus. Vamos fazer o nosso melhor e tentar vencer o jogo.
Fonte:Globo Esporte

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