O resultado mantém o Liverpool em situação muito delicada no Campeonato Inglês. Com apenas dois pontos em cinco jogos, a equipe segue na zona de rebaixamento e alcança uma marca preocupante: é a primeira vez em 100 anos que o time não vence nenhum dos cinco primeiros jogos no torneio nacional. Já o United alcança os 12 pontos e segue na cola do líder Chelsea, com apenas um ponto a mais.
Antes do jogo, por alguns minutos, o futebol foi apenas o pano de fundo para uma bonita homenagem. Na primeira partida do Liverpool no Anfield após a divulgação do novo relatório sobre o desastre de Hillsborough, ocorrido em 15 de abril de 1989, houve uma série de homenagens das duas equipes às 96 vítimas da tragédia.Emoção nas arquibancadas com homenagem às vítimas de Hillsborough
Com faixas que pediam justiça espalhadas por toda a arquibancada, Liverpool e Manchester United entraram em campo com o número 96 estampado nas costas dos agasalhos de todos os jogadores. E, para a alívio de todos os presentes, no cumprimento protocolar na Premier League, Luis Suárez e Patrice Evra deixaram a rixa de lado e apertaram as mãos normalmente – ao contrário do que aconteceu no último clássico, em fevereiro.
Evra e Suárez cumpriram o protocolo da Premier League
Jogadores históricos de Liverpool e Manchester United, respectivamente, Ian Rush e Sir Bobby Charlton tiveram um encontro no gramado, com direito a um buquê de flores entregue pelo ídolo dos Red Devils. Os capitães Gerrard e Ryan Giggs soltaram 96 balões vermelhos, sob aplausos efusivos dos mais de 44 mil presentes.
No tradicional momento em que a torcida dos Reds cantava “You’ll never walk alone”, um mosaico foi exibido nas arquibancadas, com as palavras “justiça” e “verdade” – certamente o momento mais emocionante de toda a cerimônia organizada para o pré-jogo.
Mosaico na arquibancada pediu justiça
O jogo:
Quando a bola rolou, o United esqueceu a atmosfera de emoção do Anfield e tentou implementar pressão logo nos primeiros minutos. A primeira chance veio quando Kagawa tocou para Giggs na entrada da área e o veterano bateu forte de perna esquerda, jogando perto do gol. A resposta do Liverpool chegou imediatamente e até com mais perigo. Em boa jogada pela direita, Sterling chutou cruzado e Lindegaard fez o corte, com Rafael completando.
Em seguida, o Liverpool controlou a partida. Chegando muitas vezes pelas laterais do campo, os donos da casa davam trabalho com seus cruzamentos. Em uma cobrança de escanteio, Gerrard assustou com um bom chute, após jogada ensaiada, jogando ao lado do gol Lindegaard.
O domínio dos donos da casa continuou por quase toda a primeira etapa, com o United mal chegando ao ataque. Até que, aos 38, Shelvey trouxe um pouco de desânimo à equipe ao ser expulso. Giggs dominou a bola, o volante desarmou e, quando foi dividir com Evans, o jogador do Liverpool deu um carrinho com as pernas abertas – a chamada “tesoura”. O árbitro Mark Halsey mostrou o cartão vermelho direto para Shelvey, deixando os Reds com dez jogadores.
Shelvey deixou os Reds com um homem a menos
No intervalo, os dois treinadores fizeram alterações. Tentando recompor a equipe após a expulsão de Shelvey, Brendan Rodgers colocou Suso em campo, substituindo Borini. Já Alex Ferguson promoveu a entrada de Scholes no lugar de Nani, mostrando uma postura mais cautelosa.
E as substituições tiveram papel fundamental no primeiro gol do jogo. Com menos de um minuto, Suso driblou Scholes na esquerda, cruzou e Ferdinad fez o corte. A bola sobrou com Glen Johnson, que tentou uma jogada pelo alto. Gerrard dominou a bola no peito dentro da área e bateu de primeira, no canto, abrindo o placar.
Gerrard abriu o placar e deu a impressão de
Imediatamente após o gol dos Reds, o Manchester United adotou sua postura mais ofensiva no jogo. Com Van Persie saindo da área para buscar a bola, a equipe de Alex Ferguson começou a trocar passes ao redor da área. Numa dessas tabelas, surgiu o empate, aos cinco minutos.
Rafael iniciou jogada pela direita, tocou para Valencia, que acionou Kagawa. O japonês entregou para o lateral brasileiro, que viu uma brecha na marcação, tocou de cobertura com o pé esquerdo e marcou um belo gol, empatando a partida.
Com um jogador a mais, o United passou a ter maior volume de jogo. Tentando chegar mais perto da área do Liverpool, os Reds Devils apostavam na velocidade de Kagawa e nos passes longos de Scholes e Giggs. Mas quem teve boas chances foram os Reds, em chutes de média distância. Aos 16, com Suárez chutou colocado e forçou Lindegaard a espalmar. Quatro minutos depois, o goleiro trabalhou novamente para defender finalização de Suso.
Pênalti duvidoso
Até que aos 31 minutos o árbitro Mark Halsey mudaria a história do jogo. Depois que Valencia arrancou pela direita, invadiu a área e caiu ao ser pressionado por Glen Johnson, o juiz assinalou um pênalti duvidoso, para a revolta das arquibancadas do Anfield. Depois de muita demora por conta do atendimento médico a Agger - que seria substituído por Carragher -, Van Persie veio para a cobrança, chutou forte no canto esquerdo e converteu - apesar de Reina ter encostado na bola.
Os Reds ainda tiveram chances de empatar, como na cabeçada de Kelly, pouco depois do gol do United. Porém, com um homem a mais, os Red Devils souberam segurar o resultado diante da falta de fôlego do adversário.
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