A facilidade para se comunicar dentro e fora de campo com os
brasileiros em todos os clubes que defendeu durante 20 anos de carreira
fez do holandês Seedorf
um apaixonado pelo país, ajudado pelo casamento com Luviana, nascida em
Realengo e frequentadora de escolas de samba. Tanto contato fez com que
seu talento ganhasse ares do país do futebol.
Agora, com estreia marcada para domingo com a camisa do Botafogo,
Seedorf poderá mostrar o estilo de jogo definido pelos companheiros como
um talento brasileiro construído na Europa. Contra o Grêmio, às 18h30
(de Brasília), no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro, dará o seu
primeiro passo na terra onde se sente um anfitrião e não visitante.
- Sempre me diziam que penso e jogo como um brasileiro. Meu estilo privilegia a criatividade e posse de bola. Na Espanha, é parecido com o Brasil, na Itália, menos. Não estou vendo problema em entender o futebol brasileiro porque gosto dele desde sempre - afirmou Seedorf.
Na noite de sábado, o holandês iniciará o seu primeiro período de concentração com os novos companheiros. Os jogadores dormem na sede do clube em General Severiano, em alojamentos próprios. Seedorf aproveitou para encerrar uma lenda sobre como o fato é conduzido na Europa.
- Lá, a gente se concentra muito antes dos jogos. Não há mudança para mim como podem pensar. Depois do treinamento na véspera do jogo, já vamos direto para a concentração para um jogo na noite seguinte. Um dia e meio praticamente. Aqui é menos, com o horário do jogo ainda mais cedo - comentou.
Seedorf ainda ficou satisfeito com o fato de jogar no Rio de Janeiro. Além de se tratar da cidade onde nasceu Luviana, ele acabou ficando em um estado mais centralizado, o que facilita o deslocamento para jogar no Campeonato Brasileiro. A preocupação era com distâncias longas, pois estava acostumado com as dimensões menores dos países europeus.
- Tive sorte com isso. Uma viagem mais longa pode durar três ou quatro horas saindo do Rio para jogar em outro estado. Seria uma mudança importante se fossem mais de cinco horas de viagem para ainda jogar - explicou Seedorf.
Nessa relação intensa com o futebol brasileiro, Seedorf tem contrato de dois anos com o Botafogo. Ou seja, provavelmente estará no país durante a Copa do Mundo de 2014. Na época, poderá presenciar um confronto entre Holanda, país que defendeu na Copa do Mundo de 1998, e Brasil.
- Torcerei para que vença o melhor. Estava na África do Sul, em 2010, quando a Holanda fez a final com a Espanha e torci para ver um grande um jogo. Quando assisto penso dessa forma. Quando jogo, se outro foi mais forte e se saiu melhor, é preciso aceitar o jogo perdido para ir em frente - comentou.
Fonte-Globoesporte
Juliano.Gouveia
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