terça-feira, 20 de novembro de 2012

Fanático pela Argentina, brasileiro batiza filhos como Maradona e Batistuta


É comum batizar filhos com nomes de jogadores de futebol. É uma forma de homenagear os ídolos da maior paixão nacional. Neste quesito, Adaílton Leite Nunes resolveu inovar. Os dois meninos receberam nomes de craques, mas da Argentina: Diego Maradona Leite Nunes, de 17 anos, e Gabriel Batistuta Leite Nunes, de 16 anos.
Pai apaixonado pela Argentina coloca nome de filhos de Diego Maradona e Gabriel Batistura (Foto: Nikolas Capp/ Globoesporte.com)
- São dois dos maiores jogadores que vi atuar. Desde antes de casar já pensava em usar os nomes. Não só o primeiro, mas com sobrenome. Tenho certeza que eles irão fazer com que meus filhos tenham estrela também - conta o pai.
A homenagem não tem a ver com árvore genealógica. Adaílton nasceu em 1973 na Paraíba e, atualmente, mora e trabalha em um sítio em Descalvado, cidade do interior de São Paulo. Ele nunca esteve na Argentina ou, menos ainda, tem parentes de lá, embora seu corte de cabelo esteja muito mais para o estilo argentino.
A paixão pela Alviceleste começou em 1986. Enquanto Zico perdia um pênalti contra a França, e o Brasil era eliminado da Copa do Mundo, a Argentina vivia a glória. Com Maradona inspirado, os “hermanos” chegavam ao bicampeonato mundial. Adaílton era fanático pela Seleção, mas ficou maravilhado com o futebol do país vizinho e, desde então, nunca mais torceu por outra equipe.
Pai apaixonado pela Argentina coloca nome de filhos de Diego Maradona e Gabriel Batistura (Foto: Nikolas Capp/ Globoesporte.com)
- Foi uma coisa incrível. Nunca vi ninguém jogar melhor depois daquele time. Então passei a acompanhar. Hoje sempre torço pelos argentinos, mesmo quando jogam contra o Brasil. Quando casei dizia que se eu tivesse dois filhos teriam o nome de Maradona e Batistuta. E foi assim - comenta.
Por causa dos homônimos famosos, os dois adolescentes já tiveram de aguentar muita piada de colegas de classe e professores na escola.
- Quando começa a chamada e o professor vê o meu nome já começa a tirar sarro. Já estou acostumado. Fico torcendo para me chamarem só de Diego, mas não tem jeito, a hora que olham o sobrenome já começa a brincadeira - conta Maradona rindo.
O irmão mais novo diz não sofrer tanto. Batigol, como era conhecido o artilheiro argentino, não chegou a ser tão famoso como Dieguito, então, muitos dos colegas de sala pouco conhecem o atacante. Mas mesmo assim não passa ileso na hora de jogar bola.
- Meus amigos não conhecem muito o Batistuta. As piadas são mais na hora do futebol. Normalmente os treinadores sempre pedem para que eu jogue no ataque e faça que nem ele. Eu jogo bem até, mas não como ele – brinca o Batistuta brasileiro.
Pelé ou Maradona?
Na casa de Adaílton, a polêmica pergunta do mundo do futebol tem uma resposta diferente do que a da maioria dos brasileiros. Para o patriarca da família Leite Nunes, El Pibe é o número um.
- Na época que o Pelé jogava tinham outros grandes jogadores para ajudá-lo em campo. Já o Maradona ganhou uma Copa praticamente sozinho. A única coisa que me deixa triste na carreira dele foi ter mexido com drogas. Mas isso não influencia no que ele representou em campo - conta Adaílton.
- Teve o de mão realmente, mas depois ele fez um dos gols mais bonitos que eu já vi. Deixa qualquer gol do Neymar no chinelo - alfineta o pai, lembrando o gol em que Maradona arranca de seu campo de defesa, passa por cinco adversários e abre 2 a 0 contra os ingleses. Até mesmo quando questionado sobre o famoso gol de mão que o Maradona fez contra a Inglaterra, na semifinal da Copa do Mundo de 1986 (assista no vídeo ao lado), o “brasileiro argentino” tem a desculpa na ponta da língua.
Superclássico e Copa do Mundo
As divergências entre pai e filhos começam na hora da torcida. Apesar dos nomes, Maradona e Batistuta não deixam de torcer pelo Brasil, ao contrário do pai. Nesta quarta-feira, no Superclássico, a família estará dividida.
Pai apaixonado pela Argentina coloca nome de filhos de Diego Maradona e Gabriel Batistura (Foto: Nikolas Capp/ Globoesporte.com)
- Quando tem jogo vira aquela discussão. Se os brasileiros ganham, nós fazemos piada com ele, mas, se perde, saímos antes do fim do jogo de casa, para não ter que aguentar a gozação - afirma Diego.
E a coisa pode piorar. Adaílton quer o que todos os brasileiros tentam nem pensar na possibilidade: ver a Argentina campeã do Mundo no Brasil em 2014. E caso isso aconteça, ele já pensa em uma nova homenagem na família.
- Já temos cinco títulos mundiais, deixem os argentinos ganharem um pouco. O Messi pode ser melhor que o Maradona se ganhar uma Copa. Então que seja aqui. E se isso acontecer e Deus me der outro filho, vai chamar Lionel Messi - promete.

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