Substituto de Quinton "Rampage" Jackson na luta entre meio-pesados contra Glover Teixeira no card principal do UFC Rio III, Fábio Maldonado estava quieto no seu canto até tomar conhecimento de recente declaração de Pedro Rizzo. O parceiro de treinos de Glover afirmou que o lutador da Team Nogueira "só tem o boxe" e que o mineiro vai "vencer com tranquilidade" por também ser bom no jiu-jítsu e no wrestling. As palavras incomodaram Maldonado, mas ele garantiu, em entrevista ao SPORTV.COM, que elas não lhe servirão como uma motivação extra:
- Motivação eu já tinha. Sempre quis bater no Glover, sempre achei que teria essa luta. Quero bater muito nele, na cabeça dele, no corpo dele, machucar as costelas dele no dia 13. Luta é luta, é claro que um pode ganhar do outro em um minuto, ele (Rizzo) falou um negócio que pode acontecer, mas manda ele falar para mim o número da loto (loteria), que é melhor. Ele falou o óbvio, mas se (o Glover) não ganhar vai ficar ruim para ele (Rizzo), pelas palavras dele.
Por outro lado, Maldonado acredita que o comentário de Rizzo só fez aumentar a pressão em cima de Glover, que, segundo ele, já era o favorito para o combate:
- Acho que joga (a responsabilidade para o outro lado). O Glover é o favorito. Não adiante eu querer fugir disso. Ele ganhou do cara que me ganhou (Kyle Kingsbury). Além disso, ele vem de 16 vitórias e não perde desde 2005. É um lutador bom mesmo, já competiu muito grappling (luta agarrada), muito wrestling (luta olímpica). Apesar de ele ter acabado de chegar ao UFC, eu o considero um top 10 da categoria.
Glover Teixeira treina com Pedro Rizzo em Manguinhos,
Sobre Pedro Rizzo em si, Maldonado afirmou que não entendeu o porquê da declaração e mostrou estar decepcionado com o peso-pesado:
- Não sei qual foi a do Pedro. Ele já tinha me elogiado algumas vezes. Ele não disse isso, mas quis dizer: "O Maldonado é um lutador incompetente". Ele disse isso em outras palavras, porque como você não tem jiu-jítsu e vai para o MMA? Você é louco, cara? Se for assim, em qualquer torneio de MMA pelo Brasil você não vai se dar bem. Eu posso não ter as mesmas habilidades que o Glover no chão... Posso não, não tenho as mesmas habilidades. Mas que eu não tenho chão é uma mentira, pô! O que eu posso dizer do Pedro é que ele nunca viu um treino de jiu-jítsu meu e nunca rolou contra mim. Então, é difícil falar sobre isso. Acho que ele se precipitou. Está falando um negócio que não conhece. E o MMA sofreu com isso vários anos, de não saberem o que a gente fazia. As pessoas diziam que era selvageria, covardia, luta de rua, e não era nada disso. Selvageria é briga de torcida de futebol, um monte de gente batendo em dois ou três. Ele falou um negócio que não conhece. Ele não conhece meu jiu-jítsu, e se precisar usar meu jiu-jítsu, vou fazer isso.
Pesando 99kg, seis a mais do que precisa para subir na balança na sexta-feira, dia da pesagem oficial do UFC Rio III, Maldonado não está preocupado com o peso. O que lhe preocupa neste momento são as qualidades do adversário:
- O Glover tem a mão pesada também. Eu não posso brincar, deixar que ele bata. Não vou fazer o que fiz nas minhas últimas lutas. Ele bate muito forte com as duas mãos. Agora, ele não sabe lutar em pé como eu, isso é uma realidade também. Ele tem falado que eu sei me virar no chão, mas, como ele disse, não é impossível eu finalizá-lo, e não é impossível ele me nocautear, mas ele vai buscar o chão e eu vou buscar a luta em pé.
Fabio Maldonado diz que a luta contra Glover Teixeira será parelha (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
O lutador de Sorocaba, no interior de São Paulo, tem três lutas no UFC, com uma vitória por nocaute sobre James McSweeney, e duas derrotas por decisão dos jurados, para Kyle Kingsbury e Igor Pokrajac, nas quais ele considera ter sido injustiçado. O risco de ser demitido em caso de novo revés é considerado por Maldonado, mas ele garante não estar preocupado:
- Existe, claro que existe, mas eu não estou nem aí. Não pedi um adversário fácil. Eu, com 32 anos, queria bater em um cara duro. Sou um cara que fala muito e não força entrevista. Se eu tivesse ganhado as duas últimas lutas, estaria falando de Jon Jones. Mas a resposta que eu tenho que dar é se sou cortado do UFC ou não. Claro que posso ser cortado, mas não entrei no UFC para ser mais um. Sou atrevido e vou tentar chegar na hora e nocautear o Glover.
Fonte: Globo Esporte
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