Ingleses ficam na frente por duas vezes, mas permitem vitória merengue em final emocionante no Bernabéu. Marcelo e Cristiano Ronaldo são destaques
Pode parecer clichê, mas os Deuses do Futebol não deixaram o Real Madrid sair do Santiago Bernabeu sem vitória. Se todo o ambiente pré-jogo conspirava por uma crise, em campo os merengues deram um show de bola e derrotaram o Manchester City, por 3 a 2, de virada, nesta terça-feira, abrindo o Grupo D da Liga dos Campeões de forma emocionante. O lateralMarcelo, com um belo gol, e Cristiano Ronaldo, que definiu o triunfo para delírio de José Mourinho, foram os destaques. Benzema ainda completou para os donos da casa, enquantoDzeko e Kolarov descontaram para os visitantes.
Cristiano Ronaldo e Marcelo comemoram gol do português: destaques na vitória sobre o City (Foto: Reuters) |
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Em outro jogo da chave, o Borussia Dortmund também precisou de boa dose de emoção para garantir a sua vitória sobre o Ajax, por 1 a 0, na Alemanha. O polonês Robert Lewandowski marcou o gol salvador aos 42 minutos do segundo tempo e deixou a equipe empatada em pontos com o Real Madrid.
Os ingleses agora voltam a se concentrar no Campeonato Inglês. A caminhada rumo ao possível bicampeonato terá o Arsenal, domingo, às 12h (de Brasília), no City of Manchester. Já os espanhóis tentam se recuperar contra o Rayo Vallecano, no mesmo dia, às 17h, fora de casa. Pela Champions, o “Grupo da Morte” terá novo capítulo no dia 3 de outubro. Os Citizens receberão o Borussia Dortmund, enquanto os merengues viajarão até a Holanda para enfrentar o Ajax.
Robert Lewandowski salvou o Borussia de tropeço contra o Ajax aos 42 do segundo tempo (Foto: Agência AP) |
Crise? Que crise?
Esqueça a crise (ou princípio de), as más atuações no Campeonato Espanhol, as declarações polêmicas de José Mourinho no último fim de semana. O primeiro tempo no Santiago Bernabéu provou que o Real Madrid tem, sim, um grande time capaz de dominar até mesmo adversários do nível do Manchester City, campeão inglês na última temporada. Mesmo sem Özil, sacado por opção tática para a entrada de Essien, os merengues abusaram das chances criadas - foram 16 finalizações contra apenas uma dos ingleses. A posse de bola chegou a atingir os 70% a favor dos espanhóis. Só faltou Joe Hart ser superado.
A atuação lembrou a de 29 de agosto, quando no mesmo estádio o time de José Mourinho atropelou o Barcelona pela decisão da Supercopa da Espanha.
Na ocasião, os erros de conclusão se repetiram e o Real venceu apenas por 2 a 1 - o suficiente para ficar com o título. Desta vez, porém, o placar ficou no zero apesar de todo o esforço.
Talvez a melhor oportunidade tenha sido a primeira. Aos oito minutos, Cristiano Ronaldo recebeu em contra-ataque, gingou diante da marcação de Kompany e colocou rasteiro, no canto esquerdo de Hart. O goleiro caiu e fez linda defesa. Motivo de grande polêmica nas últimas semanas, o português voltou a incomodar aos 11 minutos, quando cortou para o meio e soltou a bomba. Higuaín ainda desviou levemente até Hart afastar.
Balotelli viu das tribunas a derrota do City (Reuters) |
Casillas, um mero espectador
Titular pela primeira vez com a camisa do City, o lateral brasileiro Maicon sofria com as investidas em seu setor. Mas o Real também atacava do outro lado, como aos 17, com Arbeloa, em chute cruzado. Aos 20, Di María descolou lançamento na medida para Higuaín entre os zagueiros. O argentino dominou mal e perdeu ângulo, deixando como opção o passe para Cristiano, que deu um lindo lençol na marcação e soltou o canudo. Khedira não conseguiu completar como queria.
Se a situação do City já era ruim, Roberto Mancini ainda foi obrigado a sacar Nasri, com dores musculares. Por falta de opção no banco para a ponta o escolhido foi o lateral Kolarov - Agüero e Dzeko seguiam sentados à espera de uma oportunidade. O sérvio pouco agregou ao time, que sentiu a falta do meia francês em um contra-ataque aos 37 minutos. David Silva recebeu de Yaya Touré em boas condições de chute, mas não confiou na direita e acabou carimbando Pepe. Casillas era, sem exageros, um mero espectador - assim como o italiano Mario Balotelli, que assistiu ao jogo das tribunas.
Titular pela primeira vez com a camisa do City, o lateral brasileiro Maicon sofria com as investidas em seu setor. Mas o Real também atacava do outro lado, como aos 17, com Arbeloa, em chute cruzado. Aos 20, Di María descolou lançamento na medida para Higuaín entre os zagueiros. O argentino dominou mal e perdeu ângulo, deixando como opção o passe para Cristiano, que deu um lindo lençol na marcação e soltou o canudo. Khedira não conseguiu completar como queria.
Se a situação do City já era ruim, Roberto Mancini ainda foi obrigado a sacar Nasri, com dores musculares. Por falta de opção no banco para a ponta o escolhido foi o lateral Kolarov - Agüero e Dzeko seguiam sentados à espera de uma oportunidade. O sérvio pouco agregou ao time, que sentiu a falta do meia francês em um contra-ataque aos 37 minutos. David Silva recebeu de Yaya Touré em boas condições de chute, mas não confiou na direita e acabou carimbando Pepe. Casillas era, sem exageros, um mero espectador - assim como o italiano Mario Balotelli, que assistiu ao jogo das tribunas.
Titular no Real, jovem Varane divide com o 'solitário' Carlitos Tevez: primeiro tempo só do Real (Foto: AFP) |
Com liberdade, Di María seguia como principal organizador merengue. O argentino levantou bola para o compatriota Higuaín aos 39, mas o centroavante novamente não aproveitou. Ele, então, tentou resolver sozinho aos 41, em bela finalização de fora da área. Não seria exagero dizer que o susto foi tão grande quanto o domínio dos donos da casa na primeira etapa.
Real segue melhor, mas City é quem marca
CR7 e Kompany travaram bons duelos (Reuters) |
Marcelo, que já não encontrava muitas dificuldades no duelo com Maicon, resolveu aparecer com perigo por duas vezes seguidas. E em lances parecidíssimos, diga-se. Aos 15, a bomba saiu à esquerda, perto do ângulo. O chute aos 20 saiu por cima.
Foi aí que o futebol resolveu pregar mais uma de suas peças. Depois de Roberto Mancini sacar o seu último armador (David Silva) e colocar um centroavante (Dzeko), o Manchester City chegou ao gol que tão pouco procurava. Aos 23 minutos, Yaya Touré, sempre ele, escapou em contra-ataque e deixou o bósnio em ótimas condições somente para deslocar Casillas: 1 a 0 e um Bernabéu em atônito.
Edin Dzeko abriu o placar para o Manchester City em contra-ataque (Foto: Agência Reuters) |
Gol lá, gols cá
Marcelo igualou para o Real (Foto: Agência Reuters) |
Parecia que estava definido. Era apenas impressão. Rápido na ligação entre defesa e ataque, o Real chegou à virada em minutos. Isso mesmo. Aos 40, numa resposta instantânea, Benzema recebeu de costas, girou e colocou no canto esquerdo de Hart. O gol inflamou novamente a torcida e trouxe o Real para todo o campo de ataque. Aos 42, Cristiano Ronaldo tentou em chute forte, obrigando o arqueiro inglês a espalmar.
Mas Hart, que até então tinha participação decisiva, falhou aos 44, em novo lance do craque português. E aí nem José Mourinho se segurou em cena que certamente ficará marcada por algum tempo. Quem sabe como o início da tão almejada décima conquista.
Com Cristiano e Marcelo ao fundo, Mourinho desliza sobre o gramado liso do Bernabéu (Foto: Agência AFP)
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Por GLOBOESPORTE.COM Madri
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