quinta-feira, 31 de maio de 2012

Após seis etapas, quatro pilotos vivem seu inferno astral na Fórmula 1

O australiano Mark Webber recebe a bandeirada na chegada do GP de Mônaco.Luca Bruno
 Há um ponto em comum entre Jenson Button, Lewis Hamilton, ambos da McLaren, Michael Schumacher, Mercedes, e Romain Grosjean, Lotus: os quatro tem deixado seus carros nas últimas corridas frutrados. E expressam seu sentimento: "Todo GP acontece alguma coisa errada", diz Hamilton, indignado. Schumacher, depois de estabelecer brilhantemente a pole position no GP de Mônaco, sábado, abandonou a prova: "O que dizer? Sonhava celebrar um pódio. Então veio o problema de pressão de gasolina".
Os quatro demostraram nos treinos e até mesmo nas corridas das seis etapas realizadas potencial para estarem bem mais classificados no campeonato. E, como desabafou Hamilton, de forma regular acontece algo que acaba por comprometer o resultado esperado por eles, suas equipe e os fãs. Hamilton é o quarto no Mundial, com 63 pontos, Button, sétimo, 45, Grosjean, oitavo, 35, e Schumacher, com 2, só está na frente dos seis pilotos das três escuderias que compõem uma categoria à parte na Fórmula 1, por serem cinco, seis segundos mais lentas. O líder é Fernando Alonso, da Ferrari, com 76.
"Não fiz nada de errado, não assumi riscos extras, e mesmo assim acabei de fora na largada", falou Grosjean, em Mônaco. Foi a terceira vez na temporada, em seis provas, que o francês não completa a primeira volta, sempre largando de uma boa posição no grid. Na Austrália, era o terceiro, Malásia, sexto, e em Mônaco, quarto. Há um consenso na Fórmula 1: o excesso de arrojo tem comprometido o rápido piloto da Lotus.
Depois de ganhar na abertura do campeonato, em Melbourne, não foram poucos os que viram a McLaren como o time a ser vencido este ano. E Button, vencedor, como candidato ao título. Pois nas cinco etapas seguintes o inteligente piloto inglês somou apenas 20 pontos dentre os 125 possíveis. "É o meu pior perído desde que deixei a Honda, em 2008", definiu Button. "Nas três primeiras corridas, este ano, penso que fomos bem.Nas últimas três, não sei o que aconteceu. Nosso desempenho desabou".
É bem verdade que em Mônaco Button não se ajudou, ao não conseguir ultrapassar Heikki Kovalainen, da Caterham, as 78 voltas do GP; enquanto Sergio Perez, da Sauber, com um carro menos rápido, deixou os dois para trás. Na Malásia também Button julgou mal algumas manobras e, com carro para fazer bem mais, não foi além do 14.º lugar. Não tem sido o mesmo piloto eficiente dos últimos três anos.
Se Button tem, surpreendentemente, responsabilidade no seu momento difícil, Hamilton não aceita esse tipo de crítica: "Estou pilotando bem, não estou comentendo erros". É uma resposta até à própria escuderia que, em 2011, viu Hamilton fazer de tudo, esteve irreconhecível. Mas este ano, como falou, resolvidos seus dramas emocionais, voltou a ser o notável piloto dos quatro campeonatos anteriores. A maioria na Fórmula 1 isenta Hamilton, mas não a McLaren. Seus pit stops têm sido desastrosos.
O próprio Hamilton a critica: "Placas que sinalizam a volta que estamos (expostas no muro dos boxes) soltaram-se a chegaram a atingir meu capacete. Pensei comigo, está se tornando ridículo". Schumacher tem sido vítima também de equívocos da equipe. Em Melbourne, abandonou por quebra do câmbio, na China, uma roda não foi bem presa no pit stop e, em Mônaco, foi o problema com o sistema de alimentação. Tudo isso numa Fórmula 1 onde as panes mecânicas são raras.
Deve-se colocar na baçança, porém, que o veterano alemão de 43 anos, como Button, tem cometido erros de avaliação, a exemplo da batida na traseira da Williams de Bruno Senna, na Espanha, que acabou por lhe valer a perda de cinco posições no grid em Mônaco. No ano passado, em Cingapura, Schumacher cometeu equívoco bem semelhante, com Sergio Perez, da Sauber.
O GP do Canadá, dia 10, representa nova oportunidade para os quatro iniciarem uma nova fase na temporada, mais compatível com suas qualidades de piloto, independente do momento, e o potencial de seus times. E se depender de história, Schumacher, com sete vitórias no circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, já superou suas dificuldades. Hamilton ganhou duas vezes e Button, uma. 
Fonte: Estadão

                                                      Erly Souza

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