sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Recorde de medalhas abre chance de melhor Olimpíada da história do Brasil

Wallace celebra ponto contra a Itália na semi desta sexta; Brasil fez 3 a 0 e avançou para a decisão

Wallace celebra ponto contra a Itália na semi desta sexta; Brasil fez 3 a 0 e avançou para a decisão
Olhe para o quadro de medalhas da Olimpíada de Atenas, em 2004. Viu alguma coisa diferente? Isso mesmo. Nunca o Brasil esteve tão bem na classificação olímpica quanto na Grécia. Com os cinco ouros conquistados, a delegação brasileira foi a 16ª naquela edição dos Jogos Olímpicos, um recorde para o país.
O problema é que a Grécia também reservou uma situação incômoda para o esporte nacional: apesar dos cinco ouros, os brasileiros conquistaram a menor soma total de medalhas em Jogos desde Barcelona-1992. Foram apenas dez pódios, performance inferior aos 15 dos Jogos de Atlanta-1996 e Pequim-2008 e aos 12 de Sydney-2000.

RECORDES DO BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS

EDIÇÃO
 OURO
 PRATA
 BRONZE
 TOTAL
Atlanta-1996
3
3
9
15
Atenas-2004
5
2
3
10
Pequim-2008
3
4
8
15
Londres-2012*
2
2
8
12*
Na Inglaterra, porém, o Brasil pode acabar com essa contradição olímpica. Nesta sexta-feira, o recorde de medalhas já caiu. Com a classificação do vôlei masculino para a final contra a Rússia, o país garantiu 16 pódios, superando 1996 e 1994. E, de quebra, ainda manteve vivas as chances de tirar o número de Atenas-2004 do topo da lista de ouros.

Já são duas medalhas de ouro no peito de atletas do país. Sarah Menezes, na categoria ligeiro (48kg) do judô, e Arthur Zanetti, nas argolas da ginástica artística. E o número ainda pode subir: o Brasil está classificado para mais quatro finais, já com a prata garantida.
Os primeiros a tentarem aumentar o brilho dourado em Londres-2012 são, justamente, quem nunca fez isso antes: às 11h deste sábado, Neymar, Oscar e Leandro Damião vão desafiar o retrospecto ruim da seleção em Olimpíadas e, em pleno estádio Wembley, conquistar o primeiro título olímpico do futebol. O adversário, só para não esquecer, é o México, que estará sem sua principal estrela, Giovanni dos Santos, que sofreu uma lesão muscular na semifinal.

Os rapazes de Bernardinho são quase tão favoritos. É verdade que, em 2012, fizeram a pior temporada desde que o técnico assumiu o comando. Na Liga Mundial, o sexto lugar foi um recorde negativo na carreira do técnico mais nervoso do país. Mas a performance em Londres tem sido boa. Nos mata-matas, atropelou a Argentina e, nesta sexta, a Itália. E, para completar, a única seleção que derrotou o Brasil até agora, os EUA, já foi eliminada, batida pelos italianos nas quartas. Na decisão, marcada para domingo às 9h, o rival será a Rússia – sim, os mesmos que os brasileiros derrotaram por 3 a 0 na primeira fase.

MEDALHAS DO BRASIL EM LONDRES

Sarah MenezesJudô (48kg)
Arthur ZanettiGinástica (argolas)
Thiago PereiraNatação (400 m medley)
Alison e EmanuelVôlei de praia (masculino)
Felipe KitadaiJudô (60kg)
Rafael SilvaJudô (+100kg)
Mayra AguiarJudô (78kg)
Cesar CieloNatação (50m livre)
Juliana e LarissaVôlei de praia (feminino)
Adriana AraújoBoxe (60kg)
Robert Scheidt e Bruno PradaVela (Star)
Yamaguchi FalcãoBoxe (81kg)
Seleção masculinaVôleiFinal
Seleção femininaVôleiFinal
Esquiva FalcãoBoxe (75kg)Final
Seleção masculinaFutebolFinal
Nas outras duas finais, o favoritismo não existe. No vôlei feminino, por exemplo, a seleção de José Roberto Guimarães é a atual campeã olímpica, mas chega como grande azarão. O time perder no Grand Prix para os EUA. Até na primeira fase as norte-americanas deram um passeio. Os 3 a 1 em Londres deram início a uma crise, que levou à derrota por 3 a 0 para a Coréia do Sul. A classificação para as finais veio só na bacia das almas, justamente porque o rival deste sábado, às 14h30, venceu um jogo quando já estava com o primeiro lugar garantido.

Mas vieram as quartas de final. Contra a Rússia. E a vitória heroica mostrou recuperação do time. Os 3 a 0 na semifinal, contra o Japão, comprovaram a força. Só resta saber se será suficiente para bater as americanas.

A situação é parecida com a de Esquiva Falcão. O boxeador da categoria 75kg foi dominante até agora em Londres. A vitória sobre o britânico Anthony Ogogo impressionou quem estava na ExCel Arena. O problema é que o rival da luta deste sábado, às 17h45, é o atual vice-campeão mundial, o japonês Ryota Murata.

E olha que nem estamos contando as outras chances de ouro do Brasil em Londres. Natália Falvigna, da categoria 67kg do taekwondo, é medalhista de bronze, já foi campeã mundial e luta neste sábado, a partir de 5h30 da manhã.

No domingo, é a vez de Yane Marques. Não conhece? Ele é a terceira do ranking mundial e pode surpreender no pentatlo moderno, que será disputado a partir de 4h.

O outro é Marílson Gomes, o maratonista, que no ano passado foi o melhor do mundo nos 42km (fora os quenianos...) E, para quem se lembra da última conquista brasileira na maratona, o bronze de Vanderlei Cordeiro, não se preocupe: o padre irlandês que o agarrou nas ruas de Atenas já falou ao UOL Esporte que não vai fazer o mesmo com outro brasileiro.

As apostas são essas. Que venham os ouros.
Fonte: Uol
Erly Souza


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