sábado, 7 de julho de 2012

Sem pressa, Loco Abreu faz planos de um dia treinar o Botafogo


Atacante uruguaio se despede do Glorioso para se transferir por empréstimo para o Figueirense 


Loco Abreu na sua entrevista de despedida do
Botafogo (Foto: vicente Seda /Globoesporte.com)
Na sexta-feira, Loco Abreu deu adeus ao Botafogo depois de 30 meses de uma intensa relação. O atacante uruguaio agora vai defender o Figueirense por empréstimo até o fim de 2013. O presidente Maurício Assumpção disse que gostaria de ver o atacante de volta ao Glorioso em 2014. Sem pressa, o jogador comentou sobre o plano de possivelmente se tornar treinador. Quem sabe em General Severiano.

- No momento que você planeja ser treinador, pensa por onde você passou e deixou uma boa imagem. Obviamente que amanhã vai chegar uma ligação: “Se vocês quiserem, é só me ligar”. Sou parte da cultura botafoguense e se você já tem essa cultura, sabe como o torcedor pensa, sabe como é o clube, é uma vantagem. Mas falta muito para essa questão.

Ele lamentou apenas uma meta que gostaria de ter alcançado no clube e não conseguiu: a classificação para a Libertadores. No entanto, acredita que este ano, com os reforços que estão chegando, o grupo será capaz de voltar a disputar a competição sul-americana.

- Faltou o meu objetivo, que acho que o time vai conseguir: a classificação para a Libertadores. Precisa de um tempo para colher os frutos de um trabalho. Acho que com esse grupo, este ano o Botafogo vai conseguir e vou ficar feliz. Vou sair, mas vou continuar torcendo. Não sou traíra, falo de frente, muitas vezes as pessoas até não gostam disso. O meu carinho pelo Botafogo vai continuar.

O que mais me emocionou mesmo foi a entrega da 13 pelo Zagallo, um ídolo mundial, e a pintura no muro botafoguense na frente da sede"
Loco Abreu

O uruguaio rasgou elogios à diretoria do Botafogo e disse não ser normal encontrar pessoas como as que encontrou no clube. Ele afirmou ainda que os dois fatos que mais o emocionaram em sua trajetória em General Severiano foram a entrega da camisa 13 feita por Zagallo e a inclusão da sua pintura no muro em frente à sede. 

- O que mais me emocionou mesmo foi a entrega da 13 pelo Zagallo, um ídolo mundial, e a pintura no muro botafoguense na frente da sede. Veja quem está lá, não é para qualquer um. Ter essa honra me deixou arrepiado. Garrincha, Nilton Santos... Entrei de intruso lá nessa parede. Guardarei esses bons momentos para sempre. Encontrei aqui dirigentes corretos, leais, que não falam conversa fiada, é difícil isso. Por onde passei, não é normal encontrar pessoas com esse estilo, essa mentalidade.

Sobre o abaixo-assinado de torcedores por sua permanência que publicou em seu site oficial, ele explicou:

- Publiquei essa carta como agradecimento. A decisão estava clara, mas o sentimento não pode ficar de lado. Não estou indo embora. Vou fazer um passeio, mas volto.

Na saída do uruguaio do clube, cerca de dez torcedores gritavam em frente à concentração de General Severiano. Loco não apareceu, mas eles não deixaram de externar o carinho pelo jogador. Um dos torcedores, Felipe Portella, levou um cartaz com os dizeres: “Mais do que gols, nos deu orgulho”.

- Ele acabou com aquela história da final sempre ser do Flamengo e levou o Botafogo para o mundo ver. Levou a nossa bandeira para o pódio na Copa América. Colocou o Botafogo acima de tudo. Qual outro jogador fez isso? Ele merece todo o nosso amor e todo nosso respeito.

Por Vicente Seda Rio de Janeiro


Felip@odf

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