- Cielo na chegada ao aeroporto de Heathrow, em Londres; medalhistas vieram juntos de executiva
Os atletas da delegação brasileira que estão indo ou já chegaram em Londres viram já em seus voos a diferença que faz uma conquista nos Jogos Olímpicos. Para servirem de exemplo para os mais jovens, os medalhistas do país ganharam posições de luxo nos aviões, viajando de classe executiva.
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro), responsável pela organização das viagens, não confirmou ao UOL Esporte a “hierarquia”, mas a diferenciação existe desde o ano passado, no Pan de Guadalajara. Desta vez, por exemplo, Cesar Cielo foi, no último domingo, de classe executiva ao lado de Tiago Camilo e Leandro Guilheiro.
“Eu vim ali conversando com o Tiago e o Leandro, que vieram ali na frente comigo. Tomara que essa ‘vibe’ boa traga medalhas para a gente”, disse Cesar Cielo no desembarque em Londres, cercado por vários jornalistas.
Rafael Silva foi a exceção. Com cerca de 150 kg, ele é o brasileiro mais pesado do time que vai a Londres, contando todos os esportes. Para evitar o desgaste de várias horas de voo apertado na poltrona da frente, ele foi realocado pela organização.
Na versão econômica do mesmo voo, estavam todos os outros atletas da natação, assim como fizeram os do judô no dia seguinte. Na segunda, aliás, foi a vez da seleção masculina de futebol, estrelada por Neymar, viajar com conforto.
Só que no caso do time de Mano a “folga” não teve nada a ver com o retrospecto olímpico. Como a própria CBF custeou o traslado da seleção, ela optou por mandar seus 18 atletas a Londres na classe executiva, enquanto outros atletas da delegação brasileira sofriam um pouco mais dentro do mesmo avião.
A prática é antiga e tem relação com a meritocracia que determina, por exemplo, o valor que cada um recebe do programa Bolsa-Atleta, por exemplo. A ajuda financeira de algumas confederações com o judô, por exemplo, também premiam com mais substância o atleta que foi ao pódio em uma edição anterior.
No vôlei, tradicionalmente as viagens também são “divididas”. Em competições da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), medalhistas olímpicos e mundiais vão em classes superiores.
Até agora, não há relatos de que a diferenciação tenha causado problemas entre os esportistas, mas uma briga pela hierarquia nos voos não seria uma novidade nesta edição dos Jogos. Na última quarta, a seleção feminina de futebol do Japão, atual campeã mundial da modalidade, foi a Londres na classe econômica, enquanto o time masculino ficou no conforto da executiva.
Ao desembarcarem, as meninas criticaram um suposto machismo. “Eu acho que deveria ser o contrário. Quando nós ganhamos a Copa do Mundo, mudaram nossa volta para o Japão para a executiva. Espero que a gente possa conseguir um bom resultado de novo para sermos tratadas de maneira igual”, disse Sawa, capitã do time e melhor do mundo em 2011.
Fonte: Uol
Erly Souza
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