Ainda não é a conquista que o atual campeão, Aracruz, deseja, mas com direito a gritos de “olé” no final, o Dragão venceu o Rio Branco-ES na tarde desta terça-feira e garantiu o título simbólico do primeiro turno. Num Engenheiro Araripe com apenas 268 pagantes, o time do Norte do Estado venceu por 2 a 1, aumentando ainda mais o calvário do Capa-preta, que dessa vez foi comandado pelo interino Erasmo Serafim.
Apesar da troca de técnico, o Rio Branco--ES não mostrou grande evolução em relação aos jogos em que foi comandado, principalmente, por Erich Bomfim – nas primeiras rodadas – mas também por Aridelson, que ficou apenas três jogos no comando e curiosamente esteve no estádio para ver o jogo, válido pela 9ª rodada do Campeonato Capixaba.
Com o resultado, o Aracruz, esse, sim, um time sólido, abriu ainda mais vantagem na liderança do Estadual. O Dragão agora tem 20 pontos e não pode ser mais alcançado por nenhuma equipe. A vice-líder Desportiva tem 16. Se conseguir manter-se na frente até o fim do returno, o Dragão ficará com a vaga capixaba na Série D do Campeonato Brasileiro.
O Rio Branco-ES, por sua vez, fecha as nove primeiras rodadas com parcos nove pontos, ocupando a sexta colocação, sendo que pode ser ultrapassado por Vitória-ES, São Mateus e Linhares até o complemento desta 9ª rodada - dia 27, no jogo adiado entre Desportiva e Linhares 0, ou seja, pode acabar o turno na zona de rebaixamento.
Próximos jogos
Na 10ª rodada do Capixabão 2013, a primeira do returno da competição, o Rio Branco-ES recebe o Real Noroeste, às 15h, de sábado que vem, dia 16, no Estádio Engenheiro Araripe, em Cariacica. Já o Aracruz visita, também às 15h de sábado, o Espírito Santo FC, no Estádio Almiro Ofranti, em Vargem Alta.
Badinho se destaca nos primeiros minutos
A partida começou “em câmera lenta”. O Aracruz tinha três atacantes, mas dois deles, Badinho, pela esquerda, e Bruno Augusto, pela direita, tinham claras obrigações de dar o primeiro combate nos laterais alvinegros. Regilson, sim, ficava mais fixo à frente. Os dois laterais aracruzenses, por sua vez, pegavam os dois meias mais abertos – Tiago Moura e Joãozinho –, enquanto o volante Breno se ocupava de anular Victor Juffo, o meia mais centralizado do Capa-preta. Bastou para travar o Rio Branco, que só tinha algum lampejo quando o volante Ramon subia como homem-surpresa.
Bem postado, o Aracruz acabaria ameaçando mais já no primeiro tempo. Badinho era o destaque. Ele marcava Jancarlos sem grande dificuldade e usava sua velocidade para contra-atacar. Aos 13, Badinho passou como quis pela marcação e cruzou para Bruno Augusto bater de primeira, mas a bola encobriu por pouco o travessão. Uma chuva fina começou a cair por volta dos 20 minutos. E o panorama seguiu o mesmo até os 26, quando Badinho penetrou pelo meio driblando e chutou. Dessa vez, Henrique espalmou para escanteio.
O Rio Branco teve pouquíssimas chances. Nem de falta Jancarlos disse ao que veio e isolou uma. Uma das raras oportunidades aconteceu aos 33, quando Faioli ganhou do lateral-esquerdo Ayrton, que ficou pedindo falta, mas finalizou alto demais.
Vevé se estressa com gandula
Enquanto o técnico Vevé se estressava com um gandula, chegando a arremessar uma bola no garoto, o jogo seguia morno. Só esquentou no finalzinho. Aos 43, um lance para cada lado. Ramon, de novo ele, volante, aparecendo na frente, chutou cruzado para fora. No troco do Aracruz, Bruno Augusto ganhou de Jancarlos e chutou rasteiro. Henrique espalmou para fora. Aos 45, Victor Juffo cruzou, Faioli testou bem, no cantinho, mas Paulo Vitor salvou com um tapinha. Foi a melhor chance alvinegra na etapa.
Vevé mudou o Dragão no intervalo. Sacou Regilson, pondo o meia Bombom. Badinho e Bruno Augusto passaram a compor o ataque. Bombom foi encarregado de armar o jogo ao lado de Sidinei, que foi adiantado, ao passo que Tabata recuou um pouco para atuar na cabeça de área ao lado de Breno. Era o clássico 4-4-2. O trio Joãozinho, Victor Juffo e Tiago Moura, do Rio Branco-ES, ganhou mais espaço para jogar. Tiago Moura, principalmente, começou a aparecer. Aos nove, ele acertou o pé da trave direita, num tiro de fora da área. A bola ainda bateu nas costas do goleiro Paulo Vitor antes de sair pela linha de fundo.
Henrique falha. Douglas abre o placar
Se o Capa-preta já não parecia com sorte, o goleiro Henrique tratou de complicar ainda mais. Aos 14, Sidinei cobrou bem uma falta, Henrique caiu mal e não impediu a passagem da bola, que tocou na trave, mas dessa vez correu por sobre a linha até o lateral-esquerdo Douglas entrar de carrinho e abrir o placar: Aracruz 1 a 0.
Tiago Moura teria outra boa chance, aos 19, num chute de dentro da área. Faltava pontaria. O Aracruz fechou-se à espera de um contra-ataque, deixou o Rio Branco rodar a bola e apelou para a “cera” quando julgou necessário. A manifestação mais clara foi aos 30, quando o zagueiro Luciano sentiu uma lesão e já estava fora das quatro linhas, mas retornou ao campo, rolando pela grama, para irritação rio-branquense.
Capa-preta arrisca, mas Dragão confirma vitória
Numa última tacada, o técnico interino Erasmo Serafim pôs Hítalo e Humberto. O Rio Branco passou a ter três atacantes, com Tiago Moura e Humberto nas pontas e Hítalo centralizado. Não rendeu. Humberto só chamou atenção aos 40, quando correu em direção ao vestiário, retornando ao campo segundos depois. Entender o Rio Branco não anda mesmo fácil.
Fácil está a vida do Aracruz, que num contra-ataque matou o jogo aos 40. Badinho arrancou livre pela esquerda e cruzou. O centroavante Thales, estreante, testou firme para rede: 2 a 0. Quando os gritos de “olé” da torcida do Aracruz já ecoavam no Engenheiro Araripe, o Rio Branco-ES conseguiu seu golzinho, com Victor Juffo, que emendou um centro da esquerda e reduziu para 2 a 1. Tarde demais para evitar mais uma vitória do Dragão.
GE