Depois de abrir 2 a 0 no primeiro tempo, o Atlético-MG, mandante do jogo e atuando somente com a sua torcida na Arena do Jacaré, cedeu o empate ao Cruzeiro, em 2 a 2, no segundo tempo, com dois gols de Anselmo Ramon. Foi um clássico emocionante, intensamente disputado, com muita catimba, jogadas ríspidas e discussões entre os atletas. Com o resultado, a definição do primeiro lugar e da vantagem dos dois empates nas fases semifinal e final ficou adiada para a última rodada.
O Atlético-MG garante a primeira colocação com um empate diante do Tupi, em Juiz de Fora, no próximo domingo, às 16h. Já o Cruzeiro, que recebe o Uberaba, na Arena do Calçado, em Nova Serrana, no mesmo dia e horário. O time atleticano terminou a partida com um jogador a menos, por causa da expulsão do volante Pierre, aos 37 minutos da etapa final, por falta dura em Montillo, pouco depois de o Cruzeiro ter empatado.
Durante a semana que antecedeu o clássico, a goleada levou torcedores atleticanas a fazerem manifestação após o treino de sexta-feira, na Cidade do Galo, em Vespasiano. Esse 'fantasma' também norteou entrevistas de atletas, treinadores e dirigentes. Com a bola rolando, houve muito atrito entre os jogadores e jogadas ríspidas.
Depois de muito mistério durante a semana, Atlético-MG e Cruzeiro entraram com as formações esperadas. Pelo lado alvinegro, o volante Leandro Donizete e o meia Escudero foram vetados pelo departamento médico. Fillipe Soutto e Bernard, ambos revelados na base do clube, começaram o jogo, o mesmo acontecendo com a manutenção de Danilinho. Já no Cruzeiro, o técnico Vágner Mancini manteve o time com três atacantes, utilizado nos últimos cinco jogos. Wallyson iniciou o clássico, com o meia Roger, recuperado de lesão, no banco de reservas.
"Não há razão de modificar uma equipe que vem jogando bem, lógico tenho boas opções, volta do Roger e outros atletas que podem entrar, mas a manutenção é a convicção de mostrar que o time está no caminho certo", justificou Vágner Mancini. O técnico Cuca, por sua vez, não lamentou as ausências. "Sempre priorizamos o grupo. Os dois meninos estão prontos e foram importantíssimos ano passado, os dois têm a nossa confiança", disse o treinador atleticano.
O domínio do primeiro tempo foi do Atlético-MG, que fez 2 a 0, com gols de Danilinho e André, que se igualou ao cruzeirense Wellington Paulista, ambos com oito gols. Para o segundo tempo, Vágner Mancini abriu mão do esquema. Ele fez duas substituições no intervalo, colocando Roger na vaga de Wallyson e Everton no lugar de Marcos. "Temos que mudar tudo, porque nossa postura não foi legal. Não trabalhamos bem a bola e perdemos as divididas", analisou o experiente meia.
E foi o que aconteceu. O Cruzeiro conseguiu empatar a partida da etapa final, com dois gols de Anselmo Ramon, que se redimiu de desperdiçar chance incrível quando ainda estava 2 a 0 para o Atlético e ainda teve chance de ganhar a partida. Já o Atlético, quando vencia, por 2 a 1, teve bla na trave, chance perdida com Guilherme e gol anulado de Neto Berola.
Os primeiros minutos da etapa inicial foram de faltas, divididas ríspidas, reclamações e discussões entre os atletas dos rivais. Logo que o Cruzeiro deu a saída, Fillipe Soutto deu entrada dura em Montillo. O árbitro Renato Cardoso Conceição nem falta deu e reiniciou a partida com bola ao solo. Aos 2 min, Renan Ribeiro saiu nos pés de Wellington Paulista. Os dois discutiram rispidamente e ambos levaram cartão amarelo.
A partida seguiu truncada até os 10 minutos. Depois disso, o Atlético-MG assumiu o controle do jogo e passou a ameaçar o gol defendido por Fábio, que teve de fazer várias intervenções, uma delas após voleio do atacante André. O Cruzeiro mais se defendia, incluindo com a volta de dois dos seus três atacantes. E a pressão atleticana foi recompensada aos 24 min, quando Richarlyson cruzou da esquerda e o baixinho Danilinho, de cabeça, fez o gol para o Atlético-MG.
Depois do gol, a situação mudou. O Cruzeiro passou a atacar e o Atlético a se defender, tentando os contra-ataques, especialmente pelo lado esquerdo de seu ataque com Bernard e Danilinho em cima do lateral direito Marcos. Aos 35 min, em mais uma jogada por esse setor, a bola sobrou para Réver, cabecear, com perigo, mandando a bola por cima do travessão.
Aos 38 min, o alivenegro fez o segundo. Guilherme descobriu Danilinho na direita, ele cruzou e André tocou para as redes, quando a bola estava quase entrando. E o primeiro tempo acabou como começou, com tumulto e discussões entre os atletas. Danilinho se desentendeu com Victorino e Montillo 'tomou as dores' do companheiro, mas foi contido por Léo. Os cruzeirenses acusam o meia-atacante rival de menosprezar o Cruzeiro.
"Temos que fazer um gol para botar fogo no jogo". A frase de Roger, ao entrar no lugar de Wallyson, inspirou o time celeste, que voltou melhor para o segundo tempo, pressionando o Atlético-MG. Logo em seu primeiro ataque, Roger cruzou e Victorino finalizou, com perigo, mas para fora. Aos 6 min, Montillo fez grande jogada individual, passou pelo goleiro Renan Ribeiro, que cruzou e Anselmo Ramon, livre, chutou por cima. Aos 14 min, no entanto, Anselmo Ramon aproveitou falha de Renan Ribeiro e fez o gol.
"O Cruzeiro tomou conta depois que fez o gol", admitiu o meia-atacante Mancini, que entrou no lugar do atacante André, para tentar evitar que os volantes Leandro Guerreiro e Marcelo Oliveira jogassem livres. Antes disso, Neto Berola entrou no lugar do jovem Bernard, que saiu por cansaço, depois de ficar mais de 40 dias em recuperação de lesão. E Berola, em sua primeira jogada, quase marcou. A partida era emocionante. Anselmo Ramon, aos 34 min, empatou o jogo e Pierre foi expulso.
