Português marca duas vezes no tempo normal, mas perde o seu
na disputa final. Alemães decidirão a Liga dos Campeões contra o Chelsea em
casa
Poderia
ser o jogo de Cristiano Ronaldo, que marcou duas vezes no tempo normal. Ou
poderia ser o de Kaká,
que saiu do banco de reservas no fim do segundo tempo para se aproveitar do
cansaço dos rivais. Mas era a noite de Manuel
Neuer.
O goleiro titular da seleção alemã se consagrou ao defender as penalidades do
português e do brasileiro e ainda contou com um chute para fora de Sergio Ramos
para levar o Bayern de Munique à grande decisão da
Liga dos
Campeões, após vitória por 3 a 1 nos pênaltis e derrota por 2 a
1 até a prorrogação, nesta quarta-feira, no Santiago Bernabéu. Detalhe: a
finalíssima será na Allianz Arena, casa do Bayern, contra o Chelsea, no próximo
dia 19 de maio.
Por
pouco Iker Casillas também não foi herói. O goleiro espanhol defendeu duas
cobranças dos bávaros - de Kroos e Lahm -, mas Alaba, Mario Gómez e
Schweinsteiger deram números finais a uma emocionante e exausta semifinal. O
holandês Arjen Robben, que não participou da disputa final, marcou no primeiro
tempo, justamente de pênalti.
Com
o sonho do 10º título continental adiado novamente, resta aos merengues
concentrarem os seus esforços no Campeonato
Espanhol, competição em que o time é líder com sete pontos de
vantagem para o arquirrival Barcelona, que também se despediu da Champions
nesta semana. Restam quatro rodadas.
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Neuer defende cobrança e Cristiano Ronaldo e começa a se consagrar no Santiago Bernabéu (Foto: AFP)
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Os
alemães, por sua vez, também apagaram a má impressão deixada no estádio após a
decisão da Liga dos Campeões de 2010. Na ocasião, foram derrotados para o
Internazionale de Milão, comandado por José Mourinho, por 2 a 0. A equipe
comandada por Jupp Heynckes busca o seu quinto título em final inédita contra
os Blues, que ainda não conquistaram a Champions - bateram na trave em 2008,
diante do Manchester United, nos pênaltis.
Início
avassalador
Em
um cenário próximo do ideal para o Real Madrid, o time conseguiria reverter a
vantagem do Bayern de Munique com 15 minutos de jogo. Foi exatamente o que
aconteceu em um Santiago Bernabéu pulsante. A torcida comprou o barulho e fez
do seu estádio uma arma que funcionou - ao menos no início.
Prova
disso foi o pênalti marcado logo aos cinco minutos. Di María recebeu lançamento
de Marcelo e acertou chute de primeira. Alaba se jogou para interceptar a
finalização e tocou com o braço na bola. O juiz hesitou por um instante, mas a
pressão foi tamanha que o árbitro húngaro Viktor Kassai apontou para a cal
mesmo sem muita convicção. Cristiano Ronaldo não repetiu Lionel Messi na
véspera e converteu, desviando de Neuer: 1 a 0.
O
Bayern concentrava suas forças no ataque. A resposta quase foi instantânea, mas
o holandês Arjen Robben perdeu gol inacreditável após cruzamento de Alaba, aos
sete, já na pequena área. Aos 11, foi a vez de Mario Gómez chutar da entrada da
área e obrigar Casillas a espalmar. Ribéry tentou completar no rebote, mas
Khedira salvou com um carrinho.
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Com dois no tempo normal, CR7 tinha tudo para ser o melhor em campo. Até parar em Neuer (Foto: AFP)
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Mourinho
sabia do perigo que corria e chamou Cristiano Ronaldo para uma rápida conversa.
A expressão do treinador foi clara: segurar a bola, ter calma, como o craque
português havia pedido depois de fazer o gol da vitória diante do Barcelona, no
sábado, ainda que ironicamente. E não é que deu certo? Aos 14, Özil encontrou
Cristiano com passe espetacular. O luso não perdoou e fez o segundo dele e dos
merengues.
No
lá e cá, melhor para o Bayern
A
vantagem àquela altura já era mais do que o suficiente para os donos da casa
avançarem à final. Os bávaros, então, avançaram mais a marcação e continuaram
chegando com perigo. Em um contra-ataque, aos 25, Benzema quase ampliou - a
bola ficou viva na grande área até que Neuer pudesse afastar.
Seria
uma injustiça, principalmente pelo que apresentavam os alemães. Não à toa
chegariam ao gol no minuto seguinte. Lahm cruzou para Mario Gómez, que caiu na
grande área depois de ser tocado por Pepe. O árbitro marcou pênalti do
zagueiro. Robben se encarregou da cobrança e diminuiu, ainda que Casillas e a
trave quase tenham evitado.
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Marcelo tenta levar o Real ao ataque: lateral brasileiro teve boa atuação (Foto: Getty Images)
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O
"lá e cá" seguiu até o fim da primeira etapa. Aos 30, Benzema fez boa
jogada pela esquerda e chutou forte. Neuer afastou com os olhos. Depois, aos 33
e 46, foi Casillas quem apareceu em finalizações de Gómez e Robben, de falta.
Era um jogaço, para o deleite de Vicente del Bosque e Joachim Löw, técnicos das
seleções da Espanha e Alemanha, presentes nas tribunas do Bernabéu.
Cautela
x emoção
A
partida seguiu carregada de tensão no segundo tempo, o que refletia no
comportamento dos torcedores, menos participativos. Mas em campo era mais do
mesmo: lá e cá. Aos dois, Lahm cruzou da direita e Gómez cabeceou forte. A bola
passou raspando a trave direita de Casillas. Aos dez, no entanto, foi Benzema
quem encontrou espaço e concluiu para a defesa de Neuer.
O
tempo foi passando e o jogo virou sinônimo de cautela. O Real sabia que sofrer
um gol poderia ser fatal, assim como para o Bayern exagerar nos espaços não
pareceria boa ideia. Sem se comprometer, os merengues atacavam com chutes de
média distância, principalmente nas faltas de Cristiano Ronaldo.
Mourinho
pôs Kaká restando pouco mais de 15 minutos para o fim do jogo. Fez também o
papel de incentivador ao puxar aplausos das arquibancadas. O Real tentou
responder em campo, mas não conseguiu - muito por conta do cansaço de Cristiano
Ronaldo, que se desdobrava entre ataque e marcação. Kaká entrou mal, sem
confiança, desperdiçando contra-ataques. E ainda viu Pepe e companhia se
segurarem lá atrás quando Mario Gómez recebeu de Robben e foi travado, aos 41.
Era noite de prorrogação.
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O brasileiro Luiz Gustavo vigiou de perto o craque português em boa parte do jogo (Foto: Ag. EFE)
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Cansaço
domina tempo extra
A
prorrogação pôs em campo mais um elemento: a condição física. Cansado, Ribéry
deu lugar a um renovado Müller. O Bayern pôde se dar ao luxo de realizar sua
primeira substituição no tempo extra depois de ter poupado oito titulares no
fim de semana. O Real, enquanto isso, lutava contra todo tipo de fadiga. E o
primeiro tempo não teve um grande lance sequer de emoção.
O
cansaço merengue era maior, mas a postura foi ainda mais ofensiva nos minutos
finais de jogo. O problema é que não havia ninguém inspirado que pudesse
resolver - Kaká, inclusive, tirava a paciência dos torcedores ao cometer
seguidos erros. Aos 10 (ou 115), o brasileiro acertou o cruzamento, mas Granero
se enrolou e desperdiçou grande oportunidade ao se jogar tentando cavar um pênalti.
O árbitro não caiu na do meia. A decisão sairia da marca da cal, mas não
naquele momento.
Cristiano
Ronaldo e Kaká erram no mesmo canto
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Kaká mais errou do que acertou (Foto: AFP)
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Após
pouco menos de cinco minutos de descanso, os dois times foram para os pênaltis.
Alaba converteu a primeira cobrança. Cristiano Ronaldo, que vinha de 25
pênaltis seguidos sem perder, pegou a bola e... Bateu fraco, permitindo a
defesa de Neuer. Na sequência, Mario Gómez fez 2 a 0 para o Bayern.
Kaká,
que entrou no segundo tempo, tinha a chance de diminuir, mas acabou
telegrafando o canto (o mesmo de CR7) e Neuer, mais uma vez, defendeu. Quando
tinha a chance de praticamente liquidar a fatura, Kroos chutou rasteiro, sem
força, e Casillas fez a defesa.
Xabi
Alonso, na terceira cobrança do Real, finalmente marcou. Logo depois, Lahm
bateu com uma “pequena” cavadinha, e Casillas salvou sem problemas: 2 a 1 para
o Bayern. O zagueiro Sergio Ramos partiu para a quarta cobrança do Real e
mandou longe, muito longe. Schweinsteiger, então, tinha a chance de garantir o
Bayern na decisão em casa. E não a desperdiçou. Com força, deslocando Casillas,
colocou no fundo da rede, calou o Bernabéu e fez a festa dos bávaros.
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Schweinsteiger deslocou Casillas na cobrança final: Bayern em nova decisão (Foto: Getty Images)
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REAL MADRID 2 (1) X (3) 1 BAYERN DE MUNIQUE
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Casillas,
Arbeloa, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Khedira, Xabi Alonso; Di María (Kaká),
Özil (Granero) e Cristiano Ronaldo; Benzema (Higuaín).
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Neuer,
Lahm, Boateng, Badstuber e Alaba; Schweinsteiger e Luiz Gustavo; Robben,
Kroos e Ribéry (Müller); Gómez.
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Técnico: José Mourinho.
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Técnico: Jupp Heynckes.
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Gols: Cristiano Ronaldo, aos seis, e aos 14
minutos, e Robben, aos 27 minutos do primeiro tempo.
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Pênaltis convertidos: Alaba, Gómez e
Schweinsteiger (Bayern); Xabi Alonso (Real Madrid). Pênaltis perdidos: Kroos e Lahm (Bayern);
Cristiano Ronaldo, Kaká e Sergio Ramos (Real Madrid).
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Cartões amarelos: Alaba, Robben, Luiz
Gustavo, Badstuber (Bayern); Pepe, Arbeloa, Granero (Real Madrid).
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Estádio: Santiago Bernabéu (Madri). Data: 25/04/2012. Árbitro: Viktor Kassai (Hungria).
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Por Cahê MotaDireto de Madri
Felip@odf