Rildo tenta agredir o árbitro Cláudio Francisco Lima e Silva em 2011
Rildo é um atacante de 23 anos, rápido e driblador. Último jogador a deixar a Copa Kaiser, a principal competição do futebol amador de São Paulo, para jogar a primeira divisão do Campeonato Brasleiro, ele poderia estar, atualmente, defendendo Santos. Mas a fama de brigão acabou com o sonho.
CRAQUE DO TERRÃO
Na várzea tem muito jogador que poderia dar certo no profissional, mas não teve cabeça. Esse meio tem muita bebida, muita droga e muita gente se perde no meio do caminho
No dia 30 de julho, atuando pelo Vitória, ele levou um cartão amarelo no duelo contra o Boa, pela Série B. Revoltado, tentou chutar o árbitro da partida, Claudio Francisco Lima e Silva. Foi expulso e ainda levou um gancho do STJD: ficou três meses suspenso.
“Ele não gosta muito de falar sobre esse assunto. Sabe que errou e, na mesma semana, pediu desculpas ao árbitro. A punição foi pesada, mas ele aceitou. Mas a fama fica. Nesse ano, o Muricy (Ramalho) chegou a indicá-lo para o Santos, mas esse episódio acabou pesando e a contratação não saiu”, lamenta o empresário Pitico, que descobriu o atacante no futebol de várzea.
Sem negócio com o Santos, ele acabou em Campinas. A Ponte Preta resolveu apostar no jogador após um bom primeiro semestre. No novo clube, Rildo se tornou a segunda revelação da Copa Kaiser a jogar o Brasileirão de 2012. O outro é o centroavante Leandro Damião, do Internacional e da seleção brasileira, que passou pela Kaiser em 2007, defendendo o Estrela da Saúde.
A história de Rildo no futebol de várzea começou em 2008, quando ele era a grande estrela do Noroeste da Vila Formosa. Pelo time, tradicional da zona leste de São Paulo, ele marcou cinco gols no campeonato e só não foi o artilheiro do time porque não jogou todas as partidas – o parceiro Osni fechou o torneio com seis gols.
“Naquela época, eu estava fazendo muitos testes. Jogava uma partida, duas, ia viajar”, lembra. Em um dos jogos do Noroeste em que ele estava em quadra, a sorte mudou. Pitico trabalha no futebol há 20 anos e, em 2009, resolveu dar uma olhada no jovem atacante do Noroeste que era um destaque. Foi até o campo do Nacional, na Comendador Souza, para observar Rildo. E gostou do que viu.
“Depois do jogo, ele veio conversar comigo e logo nos acertamos. Fui primeiro para o Fernandópolis, depois para a Ferroviária. Ajudei no acesso à segunda divisão e então apareceu o Vitória”, conta Rildo. “Quando surgiu o interesse da Ponte, não dava para falar não. Era a chance de voltar a ficar perto da família”.
O atacante voltou a ficar perto, também, do Noroeste. Sempre que tem folga aos domingos, ele aparece nos jogos da Copa Kaiser para acompanhar os amigos. “Eu fui criado no bairro, conheço todo mundo. Sempre que posso, acompanho. Tenho um carinho especial. Foi jogando pelo Noroeste que apareceu a chance de virar profissional”.
Fonte: Uol
Erly Souza
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