Passada a tensão da estreia olímpica, a Seleção masculina de vôlei teve nesta terça-feira, contra a Rússia, seu primeiro teste para valer em Londres e não decepcionou. Desacreditados por conta do fracasso na última Liga Mundial, os comandados de Bernardinho mostraram que ainda têm fôlego para mais uma conquista olímpica ao bater os russos por 3 sets a 0, parciais de 25-21, 25-23 e 25-21.
Dois dos maiores astros do time jogaram pouco. Giba, que está voltando de cirurgia na tíbia esquerda, nem entrou. Ricardinho, de volta à Seleção após cinco anos, ficou mais entre os suplentes do que em quadra. Mesmo assim, a equipe deu mostras de que, mesmo sem o status de imbatível que possuía antes, está forte na briga pela medalha dourada.
Dúvida antes dos jogo por conta de dores do joelho, Dante entrou desde o começo e teve excelente atuação. Murilo, de volta após a lesão que o afastou da primeira parte da Liga Mundial, está perto da boa e velha forma.
Bem no bloqueio, a Seleção ainda contou com um dia ruim da Rússia no saque, e o jogo acabou sendo mais fácil do que se esperava.
Carregando todos os problemas diagnosticados no último ciclo olímpico, o vôlei masculino vai se reiventando a cada jogo em Londres.
Com a vitória, o Brasil vai a seis pontos no Grupo B e se iguala aos EUA na liderança.
O JOGO
Como era de se esperar, o primeiro set começou bastante equilibrado, com os dois times errando muito na hora de atacar. A Rússia mostrava deficiência na recepção, mas, forçando muito o saque, o Brasil não aproveitava. O quadro começou a mudar quando Murilo 'esquentou' a mão no saque e começou a explorar o ponto fraco dos adversários, abrindo o caminho da vitória para a Seleção no primeiro set. O central Dmitriy Muserskiy, um gigante de 2,18m, assustava, mas não o suficiente para deter o ímpeto do Brasil. No final da parcial, Dante ainda se estranhou com os russos na rede, depois que os adversários reclamaram de uma decisão do árbitro. No fim, 25 a 21.
Parecendo abalada pela atuação brasileira no primeiro set, a Rússia voltou sem oferecer grande resistência, permitindo ao Brasil abrir vantagem no placar. Só que, quando os brasileiros se encaminhavam para fechar o set, os gigantes acordaram. Com saques na casa dos 116km/h, Maxim Mikhaylov fez estrago na defesa brasileira e recolocou a Rússia no jogo. Bernardinho ainda tentou brecar a reação do rival com dois pedidos de tempo, mas não deu. O Brasil só recuperou as rédeas da partida quando Mikhaylov errou. Aí, foi só trocar pontos para fechar em 25 a 23.
O que seria o último set da partida começou com uma Rússia mais consistente, explorando a habilidade do veterano ponteiro Sergey Tetyukhin, de 36 anos. Concentrado, o time brasileiro soube lidar com o bom começo do adversário e manteve o jogo equilibrado. No meio do set, um ponto da Rússia após um rali sensacional deu a impressão que a parcial estava mais para os rivais europeus. Errado. Experiente, o Brasil se manteve calmo, contornou a situação e fechou o set com dois bloqueios seguidos de Leandro Vissoto, cravando a bola no lado oposto da quadra; 25 a 23 Brasil e fim de jogo.
Fonte-Lancenet
Juliano.Gouveia
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