sexta-feira, 5 de outubro de 2012

'Respirando' Santos, Edu Dracena promete volta em janeiro de 2013


Quando Edu Dracena tentou aproveitar lançamento de Durval e lesionou o joelho esquerdo aos dez minutos do jogo contra o Botafogo, no dia 18 de julho, ele já tinha noção de que se tratava de algo sério. Experiente no assunto, o capitão do Santos não queria acreditar no que acabara de ocorrer. Mas, no fundo, já sabia que havia rompido pela terceira vez o ligamento cruzado. Nas outras oportunidades, pelo Cruzeiro, em 2005, e Fenerbahçe, da Turquia, em 2009, o problema foi no joelho direito. Agora, o atleta se recupera da mesma lesão no joelho esquerdo, após cirurgia feita no dia 21 de julho, quando recebeu 11 pontos no local.
Desde então, sua rotina mudou drasticamente. Concentrações, viagens, treinos e partidas deram lugar a academia, fisioterapia e piscina. Tudo feito com muita paciência. Afinal, o tempo de recuperação total é de seis meses. Passadas as primeiras semanas de mais sofrimento, quando sequer conseguia dobrar o joelho lesionado, Edu já se sente bem melhor.
Depois de dois meses e duas semanas de reabilitação, o zagueiro recebeu o GLOBOESPORTE.COM para mostrar sua nova rotina no Cepraf do CT Rei Pelé. Lá, sob a supervisão do fisioterapeuta Avelino Buongermino, ele faz trabalhos em dois períodos (veja a agenda abaixo). Folga só aos domingos. E já abriu mão das férias de dezembro. Se tudo ocorrer como o planejado, ele retomará as corridas no campo ainda este ano. No cronograma da comissão técnica, a volta aos campos será em janeiro.
Fora do time, Edu sofre torcendo pelos companheiros, mas não deixa de cobrá-los no dia a dia. Constantemente o capitão exerce função de líder nas preleções. Ligado em tudo o que ocorre no clube - renovou contrato até dezembro de 2015 -, o jogador fala, nesta entrevista, sobre Neymar, reforços para 2013 e a luta da recuperação.
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Galeria Edu Dracena recuperação 2 (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Como tem sido sua rotina? Você ainda sente dores no joelho operado?De manhã, chego por volta das 9h30 e fico até 12h. Volto para casa e almoço, depois retorno às 15h30 e saio por volta das 17h. Agora está mais tranquilo, já comecei a fazer movimentos que no início não conseguia. A cada dia é uma evolução e isso motiva para estar aqui. Dores eu não sinto, só quando faço algum exercício com carga, mas, de resto, nada.
Você lembra do lance da lesão? No momento em que sentiu, imaginava que tinha rompido o ligamento?
Foi em um lance de jogo. Estava no ataque tentando aproveitar o rebote de uma jogada. Fiquei querendo fazer o gol, que não é a minha praia (risos), e aconteceu. Lesão sempre acontece em lance bobo. Depois, você se pergunta: “Por que eu estava lá? Por que o zagueiro não tirou ou por que não deixei a bola passar?”, mas são coisas que preciso superar. Não tenho dúvidas de que vou voltar da mesma forma como antes. Dava para ter uma ideia (da lesão), mas não queria acreditar até o último momento. Mas não pode ficar lamentando, pois isso atrapalha a recuperação. Desde quando soube da lesão já pensei no que teria de fazer para voltar o mais rápido possível.
Agenda de Dracena, com treinos em dois períodos 
Segunda, quarta e sexta  De manhã, exercícios de reforço muscular e propriocepção (específicos de estimulação, para que o atleta volte a ter equilíbrio e coordenação motora). De tarde, condicionamento físico na piscina. 
Terça, quinta e sábado De manhã, exercícios aeróbicos (bicicleta ergométrica) e de propriocepção. De tarde, reforço muscular. 
Domingofolga
As outras operações ajudam de alguma forma?
Isso me dá mais certeza, porque já operei e voltei. É diferente da primeira vez quando fica aquela dúvida, mas já consegui. Com a estrutura e os profissionais do Santos, tenho confiança total de que em 2013 vou estar pronto para jogar o Paulista.
Está ansioso para voltar aos treinos no gramado?
Não vejo a hora de brincar com a bola e fazer os movimentos. A cada semana, você melhora e isso vai dando mais ânimo. O Alison (volante) e o Paulo Henrique (lateral-esquerdo) estão se recuperando do mesmo problema e um ajuda o outro. Para eles é a primeira vez e me perguntam como você fica quando volta, e eu os tranquilizo. Infelizmente, hoje essa lesão virou rotina no futebol mundial. Não dá para saber exatamente o motivo: chuteira, gramado, enfim. Mas temos de passar por cima disso.
O que tem aproveitado da vida fora de campo?
Agora estou mais com meu filho (Lorenzo, de um ano e nove meses), acompanhando o crescimento dele, porque no dia a dia é mais difícil ficar em casa. Isso também ameniza um pouco. Antes, chegava em casa cansado pelos jogos, mas agora até me canso de ficar lá. Quando chego em casa, faço três períodos, porque tenho que jogar bola com ele (risos). Já está entendendo e agora chuta a bola. Tirei férias entre aspas, mas em janeiro quero estar ajudando em campo.
Edu Dracena, do Santos (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
Mesmo fora, você tem ido aos jogos do Santos. Por quê?Não é fácil (a recuperação). Você fica de pés e mãos atadas. Só pode torcer e passar pensamento positivo, mas ver os jogos ameniza um pouco a recuperação. Para alguns isso deixa tudo mais difícil, mas me sinto melhor assistindo no estádio do que em casa pela televisão, porque aquilo é minha vida. Participo e cobro bastante o pessoal, as vezes até em tom de brincadeira. Eu me sinto mais importante e me faz bem estar com eles. Quando ganham, eu também sou campeão, como na Recopa. Sempre estou junto, conversando algo sobre uma concentração a mais, de repente subir um pouco o bicho (premiação), mas sempre de forma natural.
Depois da Libertadores, saíram vários jogadores, como Elano, Ibson e agora o Ganso, entre outros. O que você acha que o time pode fazer para não depender tanto do Neymar?
Todos sabem que ele faz falta para qualquer time e Seleção. O que dificulta são os desfalques que temos e o tempo de entrosamento da equipe. Saíram jogadores titulares, não apenas atletas que completavam o elenco. É a metade de um time praticamente e recompor dentro do Brasileirão não é fácil. De repente, não vieram as contratações que o treinador queria. Vieram outras e pode ser que ainda não tenham jogado o esperado, pela falta de entrosamento. Talvez por isso teve essa dificuldade depois da Libertadores, mas todos estão buscando e querendo. Nesses próximos jogos sem ele, o time precisa de alguma alternativa para sair dessa situação incômoda.
Previsão de recuperação  de Edu Dracena
Fim de outubroTrote em academia com transição para o campo. Exercícios de propriocepção em solo instável (gramado) 
NovembroTrabalho físico sem bola no gramado 
DezembroAvaliação isocinética. Um aparelho medirá força, potência e resistência muscular do jogador. Se ele não tiver déficit em nenhuma das valências, estará liberado para iniciar treinamentos com bola no gramado 
JaneiroLiberado para retorno à prática do esporte
Está preocupado com a situação do Santos no Brasileirão?
Todos se preocupam e fazem parte. Quem está por trás também tem responsabilidade. Acredito no Santos, a vaga na Libertadores está difícil, mas para tudo precisa ter uma meta. Se vai alcançar, ninguém sabe, mas tem de ter um objetivo para vencer. Nesses três anos no Santos, nosso problema no Brasileirão foi o início do campeonato. Em 2010 estávamos focados na Copa do Brasil e nas finais (do Paulistão). No ano passado, foi a Libertadores e o Brasileiro ficou para depois, e agora nesse ano de novo a Libertadores. São pontos importantes que você deixa no início e fazem falta agora. Mas rebaixamento é algo que um time grande como o Santos não pode pensar.
O time precisa de reforços para 2013?
Sim, tem de reforçar. Em todas as competições, o Santos precisa brigar por título e tem de estar forte. Saíram jogadores importantes e têm de chegar outros. Precisamos de peças de reposição para as eventuais lesões e cartões. A diretoria está correndo atrás e vendo as prioridades. Confiamos bastante nisso para ter um grupo bem forte em 2013.
Fonte:Globo Esporte

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