Robert Scheidt e Bruno Prada, à esquerda, disputam a regata da medalha na classe Star
A estratégia agressiva para a última regata deste domingo não funcionou, e Robert Scheidt e Bruno Prada fracassaram na tentativa de reverter a vantagem dos principais adversários pelo ouro na classe Star, os britânicos Iain Percy e Andrew Simpson. Pior do que isso, os riscos assumidos para o desfecho da competição fizeram os brasileiros serem também superados pelos rivais da Suécia na segunda competição. Assim, o maior medalhista da história olímpica do Brasil acrescenta um bronze em seu repertório de conquistas.
Com o status de maior medalhista olímpico garantido desta a última sexta-feira, Robert Scheidt entrou na regata final neste domingo para tentar o terceiro ouro de sua carreira olímpica, mas não conseguiu tirar a diferença em relação aos britânicos Simpson e Percy, agora bicampeões olímpicos. Assim, ao lado do proeiro Bruno Prada, o velejador de 39 anos conquista seu primeiro bronze na Star, a segunda medalha desde que migrou definitivamente para esta classe.
Scheidt e Prada tentaram uma estratégia alternativa em uma última cartada para tentar o ouro, mas acabaram ficando para trás, vendo os suecos Fredrik Loof e Max Salminen dispararem na liderança, em dia de ventos fortes nas águas de Weymouth e diante de um grande público que lotou as instalações olímpicas da vela. Por sua vez, Percy e Simpson se mantiveram entre os brasileiros e os suecos desde o início, controlando a situação favorável na classificação geral.
Os brasileiros não conseguiram efeito com a manobra de cortar os adversários por trás no início da regata e terminaram a disputa do domingo na oitava posição. Os britânicos foram os sétimos, enquanto que os suecos roubaram a prata de Scheidt e Prada com o primeiro lugar na prova decisiva.
A regata decisiva deste domingo reuniu apenas as dez melhores duplas da Star até então e ofereceu pontuação duplicada aos finalistas. Scheidt e Prada começaram a “medal race” com 8 pontos perdidos de desvantagem para os adversários britânicos. Para levarem o ouro, os brasileiros precisavam chegar cinco posições à frente de Percy e Simpson e, no máximo, uma colocação atrás dos suecos Loof e Salminen. Com uma diferença de 27 pontos para os quartos colocados, eles já tinham assegurado o pódio antecipadamente.
No Mundial deste ano em Hyères, na França, Scheidt e Prada haviam conseguido tirar uma diferença semelhante em relação aos britânicos na regata decisiva, para levar o terceiro título da dupla no evento. Mas desta vez os rivais estiveram sempre juntos, e os donos da casa administraram a confortável vantagem na classificação geral.
Brasileiros e britânicos foram as únicas duplas que conseguiram vencer pelo menos três regatas na disputa da Star olímpica. No entanto, no final pesou a favor de Percy e Simpson o fato de terem obtido quatro segundo lugares durante a competição, enquanto que Scheidt e Prada só registraram um.
Desta forma Scheidt sobe em um pódio olímpico pela quinta vez na carreira e se iguala ao também velejador Torben Grael como maior medalhista olímpico da história do Brasil [Torben tem dois ouros e dois bronzes na Star e uma prata na classe Soling].
Nos anos de Laser, o velejador paulista conquistou o ouro em Atlanta-1996 e Atenas-2004 e a prata em Sydney-2000. Já ao lado de Bruno Prada na Star, já havia subido ao pódio na segunda colocação de Pequim-2008, também em derrota para os britânicos Ian Percy e Andrew Simpson.
Por sua vez, o proeiro Bruno Prada, de 41 anos, conquistou três títulos mundiais de Star ao lado de Scheidt, incluindo o bicampeonato dos últimos dois anos. Antes de formar a parceria, o velejador já havia levado uma medalha de bronze na classe Finn nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg em 1999.
Fonte: Uol
Erly Souza
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