Na Olimpíada, Neymar tenta fazer o que valioso 'quarteto mágico' não conseguiu

Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho. Quatro campeões do mundo! Quatro emblemas do futebol brasileiro nos últimos 20 anos! Quatro craques incontestáveis, todos eles eleitos ao menos uma vez melhor jogador do globo! E quatro jogadores que chegaram perto, mas não conseguiram o desejado ouro olímpico.
Neymar, aos tenros 20 anos de idade, já vai desfiando uma carreira de glórias e promessas. E pode, a partir desta quinta-feira, construir algo que o quarteto citado acima não conseguiu. O atacante é a grande estrela de uma Seleção ainda em processo de maturação, mas que entra com as garras afiadas na busca pelo único título que a gloriosa camisa verde-e-amarelo ainda não amealhou.

Dos quatro "erres" Romário foi quem mais chegou perto do ápice olímpico. O ex-atacante e hoje deputado federal, que para muitos foi o personagem do título mundial de 94, esteve na decisão contra a extinta União Soviética, em 88, nos Jogos de Seoul, na Coreia do Sul. Fez gol, sua marca pulsante na carreira, na final, mas a equipe sucumbiu na decisão e perdeu por 2 a 1. Ronaldo e Rivaldo estiveram juntos na desastrosa derrota para a Nigéria, de Kanu, nos Jogos de 96, em Atlanta, em um 4 a 3 que seria nossa primeira de duas decepções contra africanos em Olimpíada.

Na seguinte, para Camarões, nas quartas de final de 2000, em Sydiney, Ronaldinho Gaúcho, ainda hoje em atividade, foi quem perdeu a chance. E daquela vez foi ainda mais precoce a eliminação: nas quartas de final. E de forma vexatória, quando a equipe tinha dois jogadores a mais. O Gaúcho foi o autor do único brasileiro na ocasião e Luxemburgo, que deixaria o cargo de técnico da Seleção pouco tempo depois, foi bastante criticado por não levar entre os "veteranos" (três jogadores acima de 23 anos) justamente Romário.

Além dessa turma que está no pedestal do futebol nacional, Neymar tem outros exemplos de insucesso flagrante no torneio que é tabu para os brasileiros. Justamente os Meninos da Vila que o antecederam: Diego e Robinho (este último seu grande ídolo, segundo o próprio atacante santista diz). A dupla, que brilhou em 2002 ao levar o Santos ao título brasileiro após 18 anos de jejum de grandes troféus, naufragou no pré-olímpico e nem obteve vaga nos Jogos de 2004.

Neymar, que apesar da pouca idade já coleciona títulos paulista (três), da Copa do Brasil e da Libertadores, além do sul-americano sub-20 pela Seleção, pode conseguir algo que os maiores jogadores brasileiros dos últimos anos não conseguiram. E ele já poderá começar a sentir o gosto da possibilidade na tarde-noite desta quinta-feira em Cardiff, no País de Gales, quando a equipe, às 19h45 no horário local (15h45 de Brasília) enfrenta o Egito. A bola está nos pés do craque. Dia 11, quando acontece a final, saberá o desfecho disso.

Fonte-Lancenet

Juliano.Gouveia