Seguindo com a série sobre o basquete feminino (espero que vocês estejam gostando), hoje é a vez de falar sobre a Liga de Basquete Feminino, a LBF (logo ao lado), mas antes gostaria de escrever uma coisinha aqui que esqueci sobre a CBB.
NO POST DE ONTEM, HORTÊNCIA
Pouca gente lembra, mas quem acompanha este espaço sabe que cobro pacas uma solução razoável para os Brasileiros de Base. O mínimo que a entidade máxima poderia, e deveria, fazer era um circuito de clubes decente em todas as categorias. Mas como pensar e planejar não é lá muito a praia da Confederação, os Brasileiros, ultrapassados, retrógrados e sem sentido, permanecem. Mas nem isso a CBB sabe fazer direito, né. De 2010 a 2011, nada menos que 11 Brasileiros de Base foram CANCELADOS, um absurdo.
Mas, bem, voltando. A Liga de Basquete Feminino surgiu há dois anos com o intuito de ser a LNB das meninas. Ou seja: uma Liga independente da CBB com ideias novas, arejadas e com o objetivo de tirar o ranço que sociedade, dirigentes e torcedores têm/tinham da entidade máxima. Não conseguiu nada disso. Em primeiro lugar porque Marcio Cattaruzzi trabalhou/trabalha com José Carlos Brunoro na BSB Sports, empresa que presta serviços de marketing à CBB (e temos visto tudo que Brunoro não tem feito pelo basquete brasileiro há três anos).
Em segundo lugar, porque a estrutura criada ainda é muito elementar, incipiente, bem básica mesmo. Tão elementar que clubes vão falindo sem que a LBF tenha sequer um plano de ação para mantê-los. Desde a sua criação há dois anos, Mangueira, Joinville, Araçatuba e Catanduva já fecharam as portas, e apenas o Maranhão, de notícia boa e nova, entrou. Em termos de divulgação/comunicação/marketing, a Liga de Basquete Feminino repete a receita de insucessos dos Nacionais da CBB, que eram absolutamente fantasmas e sem nenhum apelo para imprensa, torcedores e até atletas.
Além disso, é absolutamente inadmissível que cidades com potencial absurdo para o basquete (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Bahia etc.) fiquem de fora da LBF (é só ver o sucesso que o Maranhão conseguiu na LBF2 para vislumbrar o que aconteceria em outra capital do Nordeste ou do Norte mesmos). Estranho ainda mais o Rio de Janeiro, sinceramente. Não por ser minha cidade, mas por ser a sede da Olimpíada daqui a quatro anos. Será que a Liga não tentou nada para criar uma equipe por aqui? Será que a Mangueira não poderia voltar com seu projeto de basquete adulto com algum auxílio?
NO POST QUE ABRIU A SÉRIE, ANÁLISE SOBRE A CBB
Se isso tudo não bastasse, o nível técnico da competição é sofrível. Só quem ama muito basquete é que consegue acompanhar as partidas. Por isso, seria muito razoável se a LBF tentasse alguma forma de subsidiar atletas estrangeiras ou repatriasse as brasileiras que ainda atuam no exterior para que a competição ganhasse mais em termos técnicos. Érika, Adrianinha e Franciele já estão de volta, mas ainda é muito pouco para transformar o produto em algo razoável, em algo “comprável” pelo público.
Por isso não é mentira dizer que a LBF recria fielmente o ciclo vicioso de erros no basquete feminino. Sem ideias criativas ou inovadoras, apresenta roteiro pra lá de conhecido. E se o final não foi bom com os Nacionais da CBB, tampouco será com ela. Ou muda, para apresentar um produto melhor, ou o campeonato continuará a ser ignorado por quase todo mundo.
Fonte: Uol
Erly Souza
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