O Santos completará um século de sua fundação no dia 14 de abril, e o Torcida POP não esqueceu a data. Em algumas matérias, lembraremos de grandes momentos da história santista, uma das mais ricas do futebol brasileiro e mundial. E nada mais adequado do que o TOP 5 para lembrar, em listas, os melhores momentos do Alvinegro Praiano. Após falar dos grandes artilheiros, chegou a hora de lembrar de grandes jogos do Peixe. Não foram poucas as partidas, então selecionamos apenas cinco delas:
2002 – Corinthians 2 x 3 Santos – Campeonato Brasileiro
Já se passavam 18 anos do último título importante do Santos, e uma geração de jovens despontava na Vila Belmiro: liderados por Diego, com apenas 17 anos, e Robinho, com 18, o Peixe se classificou na oitava posição na fase de classificação do Brasileiro de 2002. Após eliminar o favorito São Paulo, a equipe ganhou embalo e chegou à final contra o rival Corinthians. A vitória por 2 a 0 no primeiro jogo deixou a torcida santista animada, mas foi o jogo de volta, no Pacaembu, que selou a geração dos “Meninos da Vila”.
Diego sentiu uma distensão e saiu logo a dois minutos de jogo. Golpe duro para o Santos, que não sentiu o baque. Tanto que, aos 37 minutos do primeiro tempo, um lance emblemático abriu o placar: Robinho recebeu a bola, e começou a pedalar na frente do lateral Rogério. Oito pedaladas depois, um toque na frente, o pênalti claro, cobrado pelo próprio atacante. 1 a 0 Peixe. Mas o segundo tempo reservava mais emoções: Deivid e Ânderson viraram o jogo para o Timão, que passou a pressionar. Até que, aos 43 do segundo tempo, Robinho matou o adversário em um contra-ataque, tocando para Elano empatar o jogo. E, nos acréscimos, outro contra-ataque, e a bola sobrou para Léo consolidar o placar. 3 a 2 Santos, e o inédito título do Campeonato Brasileiro (que depois veio a se juntar às conquistas dos anos 60, equiparadas pela CBF).
1958 – Santos 7 x 6 Palmeiras – Torneio Rio-São Paulo
A partida não valia mais nada pelo Torneio Rio-São Paulo, mas acabou entrando para a história por muitos, que consideram a melhor partida do futebol brasileiro em todos os tempos. 13 gols, três grandes viradas no placar, e… cinco ataques cardíacos fatais. Isso resume bem o que foi o jogo entre Santos e Palmeiras, no dia 6 de março de 1958.
“É inacreditável. Até hoje encontro torcedores na rua que comentam esse jogo. Parece que ninguém consegue esquecê-lo”, lembrou Mazzola, ex-jogador do Palmeiras, que marcou dois gols naquela partida. Urias abriu o marcador para o Palmeiras, o Santos virou com Pelé e Pagão, e Nardo empatou o jogo novamente. A reação palmeirense morreu aí: Dorval, Pepe e Pagão deixaram o placar em 5 a 2 a favor do Santos no intervalo. Até que o Verdão acordou, e fez algo inacreditável: Paulinho, Mazzola (duas vezes) e Urias viraram o marcador para o Palmeiras. Faltando dez minutos, o Peixe decidiu matar todo mundo do coração: com dois gols de Pepe, o placar acabou finalizado em 7 a 6.
1962 – Santos 3 x 0 Peñarol – Final da Taça Libertadores
Uma decisão absolutamente eletrizante – é como se pode resumir a primeira conquista santista da Libertadores. Em três batalhas, o Peixe começou na frente vencendo o Peñarol no Estádio Centenário. Mas não foi fácil: os uruguaios saíram na frente com um gol do equatoriano Spencer (maior artilheiro da história da Libertadores). Mas dois gols de Coutinho deram a vitória ao time que não contava com o ainda contundido Pelé. Que também não esteve em campo no segundo jogo, na VIla Belmiro: Spencer abriu o placar novamente para os aurinegros. Dorval e Mengálvio viraram o marcador, mas Spencer e Sasía viraram o marcador. No fim, Pagão marcou um gol que, polemicamente, foi “anulado” na súmula do dia seguinte. Sim: um gol que não valeu, em um jogo que “já estava encerrado”. Com o 3 a 2, a decisão foi para campo neutro, em Buenos Aires.
Desta vez, Pelé entrou em campo. E o Santos começou arrasador, marcando com Coutinho, antes de dez minutos de jogo. A equipe não deixava o Peñarol jogar, mas o placar acabou permanecendo até o intervalo. No retorno ao segundo tempo, Pelé e Coutinho decidiram demolir de vez os uruguaios: com três minutos, o Rei ampliou o placar, e Coutinho sepultou de vez o Peñarol no minuto final. 3 a 0, em um jogo decidido pelos jogadores santistas – e não pelas confusões do jogo na Vila Belmiro. A América era, enfim, do Peixe!
1963 – Boca Juniors 1 x 2 Santos – Final da Taça Libertadores
Campeão da Libertadores no ano anterior, o Santos entrou na semifinal da edição de 1963. Eliminou o Botafogo nas semifinais, empatando no Pacaembu e massacrando, aplicando implacáveis 4 a 0 no Maracanã. Chegou a hora da grande final, contra o temido Boca Juniors. O jogo de ida, em São Paulo, parecia caminhar rumo a uma decisão tranquila: Coutinho, duas vezes, e Lima abriram 3 a 0, com menos de 30 minutos de jogo. Mas dois gols de Sanfilippo deixaram claro que o Boca não iria se entregar facilmente: 3 a 2 Santos. Mas o jogo de volta ficou guardado na memória santista.
Uma vitória do Boca, em uma Bombonera abarrotada de torcedores, levaria a decisão para um terceiro jogo – e o gol de Sanfilippo, no primeiro minuto do segundo tempo, parecia mostrar isso. Mas Coutinho empatou o jogo pouco depois, e o jogo passou a ser uma imensa pressão argentina. A menos de dez minutos do final, brilhou a estrela do Rei Pelé, que marcou o segundo gol santista, calando a torcida do Boca, e garantindo o segundo título da Libertadores – o Peixe permanecia com a coroa do continente.
1963 – Santos 1 x 0 Milan – Mundial de Clubes de 1963
Após passar pelo Boca Juniors e levar a sua segunda Libertadores, o Santos teria pela frente o Milan, que venceu o Benfica pela Copa dos Campeões da Europa. O primeiro jogo aconteceu no estádio San Siro, e os italianos venceram por 4 a 2. Pelé marcou os dois gols santistas, mas saiu machucado de campo. O Rei não entrou em campo no segundo jogo, em um Maracanã tomado por 132 mil espectadores. Com 17 minutos, o Milan vencia por 2 a 0 – só com a virada, um jogo-desempate aconteceria. Como de fato acabou ocorrendo no segundo tempo: dois gols de Pepe, um de Almir e um de Lima. A decisão foi para o terceiro jogo, também no Maracanã.
120 mil torcedores lotaram o Maracanã, em um jogo completamente truncado. O lance decisivo aconteceu aos 29 minutos de jogo: Maldini derrubou Almir dentro da área. Pênalti e expulsão do defensor milanês. Dalmo converteu a cobrança, fazendo o único tento do jogo. Para a festa de toda a torcida, o Peixe venceu, e conquistou o planeta pela segunda vez.
Italo Diego
Italo Diego
Nenhum comentário:
Postar um comentário