Por Diogo Miloni, repórter do Portal Terceiro Tempo
Em entrevista exclusiva ao Portal e Blog Terceiro Tempo, o atacante Ewerthon, que teve passagens por Corinthians, Borussia Dortmund, Real Zaragoza e Palmeiras, revelou detalhes de sua saída tumultuada, e até então sem grandes detalhes, do Parque São Jorge no ano de 2001, após um inicio promissor nas categorias de base do Alvinegro.
“Voltei da Copa América e não fiquei nem no banco, já voltei afastado do time. Aí que eu recebi uma proposta do Bétis, da Espanha, e me passaram um valor que era muito inferior e eu recusei”, conta o jogador.
Depois de recusar a proposta citada, Ewerthon disse que foi perseguido dentro do clube, em um comportamento nada profissional dos dirigentes corintianos. “Aí eu fui chantageado, ameaçado, ofendido, afastado, execrado, tudo dentro do Corinthians. Mas eu não bati de frente com ninguém, só disse que não era a minha vontade e me apoiei na minha família”.
Além do assédio moral que sofreu, o atacante também revelou que houve conflito de valores em sua proposta. “Depois o Bétis mudou a proposta. Primeiro, se falava no valor de 4 milhões de dólares e em coisa de dois ou três dias passou de 4 milhões de dólares para 9 milhões de dólares”. Mas mesmo com a mudança, Ewerthon não se sentiu confortável com a extensão do contrato, que seria de nove temporadas.
À época, houve indícios que o então treinador Vanderlei Luxemburgo teria influenciado no afastamento, até ali sem motivo, e na saída iminente. “As palavras do Vanderlei (Luxemburgo) para mim foram muito claras: você está em negociação e eu não posso prejudicar você e nem o clube, então vou te afastar até ver o que vai acontecer. Naquele momento eu não queria sair do Corinthians” afirma Ewerthon.
Nove anos depois, já consagrado no futebol europeu, o brasileiro aceitou o convite para retornar ao país natal, mas não era para atuar no Corinthians. “Eu estava jantando e o Muricy me ligou. Depois, o Toninho Cecílio conversou com meu pai e começaram a negociar. O problema é que assim que eu acerto com o Palmeiras, o Muricy cai, foi justamente quando o Muricy caiu. Então, eu já cheguei na gestão do Antônio Carlos e precisava de um tempo para me adaptar”.
Apesar de ser um clube de grande torcida, o Palmeiras ainda tem dificuldades de se estruturar administrativamente. Ewerthon sentiu na pele essa inexperiência. “O Palmeiras é um clube muito difícil, é muito complicado por causa das coisas internas que existem. Pode ver que fui bem no Palmeiras, mas a imagem que fica não é essa”.
Além de uma pequena lesão e dos embates internos que acontecem no Palmeiras, o atleta teve um problema ainda maior para driblar: a rivalidade clubística. “Quando eu jogava e fazia gol, tava tudo certo. Quando eu jogava e o time empatava ou perdia, eu era xingado de gambá filho disso, gambá você é aquilo. Desculpa, mas não é porque eu tenho uma história no Corinthians que eu não posso ser jogador do Palmeiras”, finalizou o jogador.
Teve uma experiência não muito proveitosa na Chechênia, onde viu pessoas armadas nos estádios, jogadores levando tapa na cara do treinador e salário pago em espécie. Posteriormente, passou pelo Al Ahli, do Qatar, mas cansado de ficar longe da família, o atacante brasileiro busca um novo clube no seu país. Ainda jovem (31 anos), ele afirma que ainda tem muito para conquistar dentro das quatro linhas.
Fonte: Uol
Erly Souza
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