As versões Jorginho e Tufão: à esquerda, a dupla da várzea. À direita, a de Avenida Brasil
AVENIDA BRASIL X CRAQUES DO TERRÃO
- Tufão da várzea, Diego ganhou o apelido graças ao corpo pesadão, como de Tufão no início da novela
- Em Avenida Brasil, Jorginho é filho de Tufão e jogador do Divino. Na várzea, Alexandre, que era chamado de Ronaldinho, virou Jorginho para completar a dupla
Atuando pelo Coroado, time de Guaianases, ele é já marcou cinco vezes e é um dos grandes responsáveis pelos 11 gols que seu companheiro de ataque já fez na competição. “O pessoal brinca com esse lance do Tufão porque estou meio gordinho. Mas o corpo ajuda. Eu entro em campo, trombo com os zagueiros e a bola sobra fácil para quem estiver do lado”.
Tufão é o apelido de Diego Salustiano de Souza, atacante que começou nas categorias de base do Santos, jogou boa parte da carreira no Joinville, de Santa Catarina, e passou até mesmo pelo futebol do Vietnã. “O nível no Vietnã não é ruim, mas falta estrutura. Mas deu para ganhar dinheiro. Hoje, estou aposentado do futebol. Com o dinheiro que eu ganhei, consegui comprar duas casas, administro o aluguel e jogo futebol aos fins de semana”, conta.
E, se o pesadão Tufão tromba, quem lucra com as bolas espirradas é o baixinho Ronaldinho. Ou, como os torcedores preferem, Jorginho (para quem não vê Avenida Brasil: Jorginho é o filho de Tufão, que também é jogador de futebol, vivido por Cauã Reymond): “Sempre foi Ronaldinho, desde as categorias de base. Mas com esse sucesso da novela, e com o Diego ganhando o apelido, já está mudando. Todo jogo ouço a torcida gritando Jorginho. Virei o filho do Tufão”, diverte-se.
O “Jorginho” do Coroado chama-se, na verdade, Alexandre Avelino Ribeiro. O primeiro apelido, Ronaldinho, vem de uma competição que disputou na Argentina. Ele é o artilheiro da Copa Kaiser, com 11 gols, média de um por jogo desde o início da competição. E tem uma história no futebol bem diferente do parceiro de ataque. Se o colega fez carreira no futebol profissional e conseguiu ganhar dinheiro suficiente para viver após deixar os campos, o baixinho não teve a mesma sorte.
Alexandre passou pelas divisões de base da Portuguesa e do Santos. Pelo tamanho, porém, nenhum grande clube apostou em seu futebol. Acabou no Guarujá, da quarta divisão. “Mas a estrutura era muito ruim. Eu ganhava só R$ 80 por jogo e era um esquema estranho, meio gato. Preferi voltar para a várzea. Ganhava mais”, lembra o atacante, hoje com 27 anos.
Jogando apenas nos campos de terra de São Paulo, Alexandre teve de encontrar um emprego. E achou um inusitado: hoje, é montador de veículos especiais. Não entendeu? Ele mesmo explica: “Não é tunning, é carro com exigências diferentes, como ambulâncias”.
O sucesso da dupla, responsável por 75% dos gols da equipe na competição, é a grande aposta do Coroado para seguir vivo na Kaiser 2012. O time está na quarta fase, em um grupo disputado: com duas rodadas disputadas, os quatro times da chave (Coroado, Carrão, Napoli e Jardim Elba) têm dois pontos, após quatro empates.
Fonte: Uol
Erly Souza
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