O argentino Herrera, demonstrando a garra que lhe é peculiar, faz três gols e lava a alma botafoguense
OPINIÃO
A tão cobrada falta de personalidade do time do Botafogo em momentos decisivos, como as que ocorreram, mais uma vez, na semana passada, estava incomodando.
Na segunda partida, o time se mostrou inexplicavelmente apático e foi derrotado no Engenhão, sem mostrar um mínimo de vontade de vencer o jogo e reverter a situação desfavorável que se prenunciava após o empate de 1 a 1 diante de sua torcida.
Nesse domingo, na estreia do clube no Brasileirão 2012 contra o “todo poderoso” e auto suficiente São Paulo, time paulista de um vociferante Leão, lavamos a alma. O time paulista vem passando de fases na mesma Copa do Brasil com certa facilidade, o que credenciava como "osso duro de roer", Mas os deuses queriam que as glórias ficassem com o Glorioso e a Personalidade, com “P” maiúsculo do Botafogo foi resgatada. E o nome dessa personalidade é Herrera.
Herrera brilhou contra o São Paulo (Foto: Cléber Mendes) |
O instinto guerreiro do argentino, que tem como principais características a perseverança e a raça, encarnou um personagem determinado, daqueles que não desiste nunca, que o levou a protagonizar um dia de glória pra sua carreira e pra todo o grupo de jogadores, alavancando, dessa maneira, o moral um tanto combalido do time.
Sua atuação histórica e decisiva é digna de todos os elogios e foi muito comemorada pelo técnico Oswaldo de Oliveira após o jogo.
Sua atuação histórica e decisiva é digna de todos os elogios e foi muito comemorada pelo técnico Oswaldo de Oliveira após o jogo.
Herrera entrou no intervalo substituindo o capitão Loco Abreu, incendiou o jogo e levou o time à reação numa virada pra ficar na história, marcando três gols.
Botafogo vira pra cima do São Paulo, Herrera faz três gols
A entrada do Guerreiro foi decisiva não só pelas suas qualidades individuais de luta, mas também por ter oferecido alternativas de jogadas aos homens de armação, em especial a Vitor Junior que mostrou categoria em grande parte da partida, com chutes fortes a gol e cobranças de falta como a que resultou no gol da virada, após desvio na barreira. O jogador passa a ser uma ótima opção na armação de jogadas pelo meio, justamente na faixa de campo onde joga Andrezinho.
Osvaldo teve o mérito na substituição ao enxergar a deficiência do time no ataque, que concentrava as jogadas num Loco Abreu apático, estático e com baixo aproveitamento nas poucas bolas que recebeu pelo alto. O treinador mostrou ter o comando do grupo ao mexer na peça mais emblemática do elenco, com riscos de ser contestado caso fracassasse nas suas intenções. Sem contar que o uruguaio é tido como um cara de personalidade forte, mas também consciente de sua condição atual ao voltar ao banco já de banho tomado.
A briga vai ser boa, lembrando que o Elkeson foi merecidamente barrado após seu baixo rendimento nos jogos que disputou nessa temporada, não figurando nem como opção nas substituições realizadas pelo treinador.
Oswaldo se exaltou na partida contra o São Paulo e foi expulso (Foto: Paulo Sérgio) |
Um aspecto curioso ao final da partida deve ser ressaltado. Ao ser interpelado pelo repórter da Globo sobre que música pediria no Fantástico pelo três gols marcados, nosso Herrera, com a simplicidade que lhe é peculiar, disse que não pediria música nenhuma e que não dava importância para isso, deixando o repórter sem ter o que falar. Até mesmo o narrador Cléber Machado sentiu o golpe.
Fato semelhante já havia acontecido com El Loco, que ironizou a brincadeira do “Inacreditável Futebol Clube” do Sportv, chamando-a de ridícula. Está decretada, dessa forma, o fim dessa história de musiquinha e tal com los hermanos alvinegros.
Fato semelhante já havia acontecido com El Loco, que ironizou a brincadeira do “Inacreditável Futebol Clube” do Sportv, chamando-a de ridícula. Está decretada, dessa forma, o fim dessa história de musiquinha e tal com los hermanos alvinegros.
A se lamentar, somente o fato de que um espetáculo dessa magnitude proporcionado pelos dois times tenha sido visto por pouco mais de 7.000 presentes no Engenhão. A torcida, por um motivo ou por outro, não compareceu: paciência e aguardar os acontecimentos.
São as minhas considerações sobre uma tarde-noite memorável para o Glorioso Fogão e para seus sofridos e desconfiados torcedores.
Imagens: Lancenet
Texto e montagem: Felip@odf/BotafogoDePrimeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário