O primeiro clássico em Belo Horizonte após dois anos de jogos em Sete
Lagoas terminou com empate em 2 a 2, resultado que foi decidido nos
últimos minutos. Nem um lance de genialidade de Ronaldinho Gaúcho, que
marcou aos 46 do segundo tempo, em uma arrancada espetacular que
culminou com o mais belo gol marcado pelo craque desde a sua chegada ao
Galo, levou o time alvinegro a sua primeira vitória sobre o rival desde
dezembro de 2011.
O
clássico que teve apenas a torcida celeste presente no Independência,
neste domingo, dia 26 de agosto, viu um duelo duro, com muita marcação,
11 cartões (oito amarelos e três vermelhos) e poucas oportunidades de
gol de ambas as partes.
Os gols foram marcados por Wallyson, aos
17, e Leonardo Silva, aos 47, ambos no primeiro tempo, e Ronaldinho
Gaúcho, aos 46, e Mateus, aos 56 da etapa final. A Raposa chega aos 28
pontos, mas não deixou o oitavo lugar. O Galo confirmou sua posição como
melhor time do primeiro turno, com 43 pontos e um jogo a menos nesta
edição 2012 do Brasileirão.
O
saldo geral do jogo foi muito ruim para o espetáculo, graças às ações
da torcida celeste durante o jogo. O comportamento dos cruzeirenses em
campo não foi dos melhores. Durante boa parte do jogo, foram jogados
copos de água, objetos duros como relógios, o que poderá prejudicar o
Cruzeiro por ser o mandante do campo. Uma faixa pedindo para a torcida
evitar o lançamento de coisas em campo foi
ignorado e o alvo principal
foi o árbitro Nielson Nogueira, que paralisou a partida por mais de sete
minutos pelo excesso de objetos no gramado, tendo ameça de encerramento
da partida várias vezes, pois até celular fora foi jogado no local da
partida.
PRIMEIRO TEMPO
Os
dois times entraram tensos em campo. Talvez a ansiedade, a pressão dos
momentos distintos na tabela e o revanchismo por parte do Galo gerou
mais lances de desarmes do que chances de gol. Os jogadores de meio de
campo, principalmente os volantes, sempre levavam vantagem sobre os
atacantes. Ronaldinho Gaúcho era seguido de perto por Leandro Guerreiro,
Montillo tinha Pierre na cola e as duas principais fontes de jogadas
ofensivas do clássico estavam travadas.
Wallyson |
Cruzeiro e Atlético tiveram apenas um lance lúcido durante o primeiro tempo, justamente os gols. No momento em que Montillo teve um segundo de liberdade, ele lançou Éverton pela esquerda, que recebeu, viu Wallyson livre na área para marcar aos 17 minutos, para a surpresa do goleiro Victor.
O mesmo momento de lucidez pode ser aplicado ao Galo. Ronaldinho Gaúcho recebeu uma falta perto da área. Na cobrança, a defesa rebateu e Leonardo Silva pegou o rebote de primeira, acertando o ângulo esquerdo de Fábio, aos 47 minutos, recolocando o líder do campeonato no jogo e diminuindo a pressão do time em não sair perdendo a primeira etapa.
SEGUNDO TEMPO
A vontade excessiva do primeiro tempo repetiu-se na etapa final do jogo, porém o grande e negativo destaque foi a torcida, que insistiu em arremessar objetos em campo, ameaçando o prosseguimento da partida. O bom jogo ficou em segundo plano e as duas equipes preocupavam-se mais em evitar na base da força o ataque adversário.
Jô, Lucas Silva, Montillo e Ronaldinho tentaram dar um tempero a mais, porém, sem grande efetividade. Leandro Guerreiro e Bernard protagonizaram o lance mais feio em campo. Iniciaram uma confusão que culminou na expulsão de ambos aos 12 minutos, deixando o clássico parado por sete minutos e menos belo para quem assistia.
A entrada de Guilherme no lugar de Danilinho deveria dar um toque mais refinado no Galo, mas houve pouca movimentação do meia. O Cruzeiro fez trocas no time pelas contusões de Fabinho, no primeiro tempo, e Éverton, no segundo, impossibilitando para Celso Roth alguma alternativa tática na equipe. Marcelo Oliveira preencheu o lado esquerdo e Wallyson ficou aberto pela direita no ataque azul.
As jogadas mais eficientes de ambos saíam dos volantes, que recuperavam a bola e faziam um passe longo, como Pierre para Guilherme e Lucas
Léo Silva fez (Foto: Ramon Bitencourt) |
Após tantos momentos de dureza e lances toscos na partida, eis que surge a sensibilidade, a percepção do craque. Ronaldinho Gaúcho rouba a bola no meio de campo, arranca, passa por Marcelo Oliveira, recebe o combate de Lucas Silva que também é batido. Em uma última tentativa de evitar o pior, Marcelo
Oliveira chega de forma afobada e leva mais um drible do Gaúcho, que olha o canto esquerdo de Fábio e faz um gol lindo em seu primeiro clássico mineiro, aos 46 minutos do segundo tempo. A reação celeste foi na base da raça e, aos 56 minutos do segundo tempo, o Cruzeiro tirou da cartola o empate, que teve sabor de vitória para a parte azul da cidade, dadas as circunstâncias do jogo.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 2 X 2 ATLÉTICO-MG
Local: Independência, Belo Horizonte (MG)
Data-Hora: 26/8/2012 - 18h30 (de Brasília)
Árbitro: Nielson Nogueira (MG)
Auxiliares: Marcio Eustáquio S. Santiago/MG e Guilherme Dias Camilo/MG
Renda e público: R$ 482.270,00 / 17.901 pagantes
Cartões amarelos: Lucas Silva, Leandro Guerreiro, Borges, Montillo e Mateus (Cruzeiro); Pierre, Bernard e Marcos Rocha (Atlético-MG)
Cartões vermelhos: Leandro Guerreiro(Cru), Bernard(Alt), Pierre(Atl)
Gols: Wallyson, aos 19'1ºT (1-0), Leonardo Silva, aos 47'1ºT (1-1), Ronaldinho Gaúcho 46'2ºT (1-2), Mateus 56'2ºT (2-2)
CRUZEIRO: Fábio, Léo, Thiago Carvalho, Mateus e Ewerton (Marcelo Oliveira, 19'/2ºT); Leandro Guerreiro, Tinga, Lucas Silva (Anselmo Ramon, 46'/2ºT) e Montillo; Fabinho (Wallyson, 12'/1ºT) e Borges - Técnico: Celson Roth.
ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha (Rafael Marques, 48'/2ºT), Réver, Leonardo Silva e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete, Danilinho (Guilherme, 25'/2ºT) e Ronaldinho Gaúcho (Serginho, 44'/2ºT), Bernard e Jô - Técnico: Cuca.
Fonte-Lancenet
Juliano.Gouveia
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