Marcos não está mais no plano dos terrestres do Palmeiras. Santo desde 1999, quando teve a canonização contra o maior rival em disputa de pênaltis, o ex-goleiro se aposentou no início do ano e, pela primeira vez, comemorou um título como torcedor. Nesta quarta-feira, esteve no hotel para participar da preleção de Felipão. E, se tivesse de indicar um canditado ao seu posto, dificilmente apontaria para Betinho...
Atacante de 25 anos, o camisa 33 – a chamada idade de Cristo – tinha tudo para ser aquele tipo de jogador que, daqui a alguns anos, o torcedor olharia no pôster e, apenas com muito custo, lembraria que participou da campanha vitoriosa.
Mas o mundo do futebol é incerto e dá muitas voltas. Reserva do São Caetano no início do ano, chegou ao Palmeiras em maio e causou polêmica. Sem badalação ou glamour, e com passagens também por clubes como Naútico, Coritiba, Gil Vicente (POR), Marília, Fortaleza e Vila Nova, foi sempre visto com desconfiança pelos torcedores e até pela própria comissão técnica, que entrou em atrito com a direção após o acerto sem o seu pedido.
A aposta barata, porém, ficou. Com contrato de três meses, se beneficiou pelas lesões dos colegas e substituiu Barcos, que passou por cirurgia de apendicite, nas finais.
– Sou predestinado, não estou no Palmeiras à toa – disse, após a vitória por 2 a 0 contra o Coxa, quando sofreu o pênalti do primeiro gol.
Nada era mesmo à toa. Na finalíssima, após perder chance clara de gol na primeira etapa, seguiu de cabeça erguida. Cabeça que desviou a bola da falta batida por Marcos Assunção aos 28 minutos do segundo tempo. E que garantiu o título tão sonhado e perseguido pelo Verdão.
Herói improvável, ele festeja o seu momento milagroso e torce pela renovação do contrato, que termina em agosto. Singelo sonho de quem entrou para a história.
— Agora nosso nome ficará marcado no quadro (de campeões) e ninguém vai tirar. Ninguém esquecerá para sempre. Independente de ficar ou não no clube, mas é claro que o desejo é ficar, o importante é que entrei para a história. Pensei na minha família, que sempre sofreu comigo, e agora vou comemorar com eles.
Fonte-Lancenet
Juliano.Gouveia
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