Em dezembro, o duelo entre Neymar e Messi ficou desigual com a
goleada do Barcelona sobre o Santos na final do Mundial de Clubes. Neste
sábado, em New Jersey, o desequilíbrio foi mais claro. Com três gols do
melhor jogador do mundo, o mais bonito deles aos 39 minutos do segundo
tempo, a Argentina venceu o Brasil por 4 a 3.
O camisa 10 do Barcelona mostrou mais uma vez que pode manter sua
excelente performance com a camisa de seu país. O time de Mano Menezes
abriu o placar com Rômulo, aos 22, mas Messi virou aos 31 e aos 33 do
primeiro tempo. No segundo tempo, Oscar empatou aos dez e Hulk fez o
terceiro aos 26, mas Fernández igualou aos 30. Aos 39, foi a vez de
Messi chutar no ângulo e definir o marcador.
Foi o último amistoso do Brasil antes das Olimpíadas. E a segunda
derrota seguida. No domingo passado, os comandados de Mano Menezes
perderam por 2 a 0 para o México. O período de amistosos havia começado
com vitórias convincentes sobre a Dinamarca e os Estados Unidos.
O jogo -Mano Menezes achou em Neymar a solução para alguns dos
problemas mostrados na derrota para o México. O atacante recuou para
partir do meio-campo e ajudar Oscar na armação para Hulk e Leandro
Damião. Desta forma, o Brasil foi criando oportunidades e dominando a
Argentina nos primeiros minutos.
A atuação estava tão boa que Bruno Uvini, reserva do São Paulo que
substituiu Thiago Silva no clássico, conseguia desarmar Messi. Na
frente, Neymar e Oscar se movimentavam bastante e distribuíam chances
que Hulk e Leandro Damião desperdiçavam. Neymar ainda caiu duas vezes na
área em lances duvidosos.
Aos 22 minutos, o astro do Santos cobrou falta na lateral direita em
direção à entrada da pequena área para Rômulo ter a frieza que faltou
aos outros dois atacantes e abrir o placar. Por enquanto, Neymar era
decisivo e Messi pouco aparecia no clássico disputado em New Jersey.
O craque do Barcelona, porém, foi eficiente nas duas primeiras vezes
em que foi visto. Aos 31 minutos, Gago tomou a bola de Sandro e a
entregou na grande área para o camisa 10 empatar. Dois minutos depois, o
melhor jogador do mundo tabelou com Di María antes de driblar Rafael
Cabral e selar a virada.
O Brasil demorou a se recuperar do susto causado pela inexperiente
defesa formada por Juan e Bruno Uvini diante do principal jogador do
planeta. Quando encaixou seu jogo, voltou a perder gols com Hulk,
Leandro Damião e até Sandro de frente para o goleiro Romero.
Na volta do intervalo, Neymar foi adiantado ao ataque e desapareceu. O
espaço, contudo, foi dado para Oscar. O camisa 10 até suportou uma
contusão e, no lance em que pediu para nenhum colega chutar a bola para
fora, apareceu para tocar para Leandro Damião fazer o trabalho de pivô e
deixar o meia em condições de empatar, aos dez minutos.
A Argentina não era dominada, mas tinha dificuldades para aparece na
frente. Já Mano Menezes tinha Neymar a seu favor em outra bola parada: o
camisa 11 bateu escanteio da esquerda que Romero rebateu mal,
facilitando para Hulk virar o placar com um voleio aos 26 minutos.
Mas o Brasil, já com alterações ofensivas, se mantinha com a jovem
zaga. E Bruno Uvini nem subiu para tentar vencer Fernández em cobrança
de escanteio. Resultado: o zagueiro selou empate, aos 30 minutos. A
correria ficou para os dois lados na busca pela vitória no clássico.
Um craque, porém, não precisa correr muito. E fica mais fácil quando
ele é esquecido. Aos 39 minutos, Messi carregou a bola colada aos seus
pés com liberdade na intermediária, como gosta, e só a soltou no ângulo
direito de Rafael. Não havia mais o que fazer. O principal jogador do
mundo estava do outro lado.
Nos últimos minutos, Lavezzi, com poucos segundos em campo, se
desentendeu e agrediu Marcelo, que devolveu com um tapa no rosto. Cartão
vermelho para ambos, insuficiente para manchar mais uma partida em que o
melhor jogador do mundo mostrou sua indiscutível qualidade.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 3 X 4 ARGENTINA
Local: MetLife Stadium, em Nova Jersey (EUA)
Data: 9 de junho de 2012, sábado
Horário: 16h06 (de Brasília)
Árbitro: Jair Marrufo (Estados Unidos)
Assistentes: Eric Boria e Frank Anderson (ambos dos Estados Unidos)
Cartões amarelos: Rafael Silva e Danilo (Brasil); Gago, Higuaín e Mascherano (Argentina)
Cartões vermelhos: Marcelo (Brasil); Lavezzi (Argentina)
Gols:
BRASIL: Rômulo, aos 22 minutos do primeiro tempo; Oscar, aos dez, e Hulk, aos 26 minutos do segundo tempo
ARGENTINA: Messi, aos 31 e aos 33 minutos do primeiro tempo; Fernández, aos 30, e Messi, aos 39 minutos do segundo tempo
BRASIL: Rafael Cabral; Rafael Silva (Danilo), Thiago
Silva (Bruno Uvini), Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo (Casemiro) e Oscar
(Giuliano); Hulk (Lucas), Leandro Damião (Pato) e Neymar
Técnico: Mano Menezes
ARGENTINA: Romero; Zabaleta, Fernández, Garay e
Clemente Rodríguez (Campagnaro); Gago, Mascherano, Dí Maria (Aguero) e
Sosa (Guiñazu); Messi e Higuaín (Lavezzi)
Técnico: Alejandro Sabella
sábado, 9 de junho de 2012
Messi faz três e decide com golaço clássico de viradas contra Brasil
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